Políticas de Desenvolvimento
“Setting a goal is not the main thing. It is deciding how you will go about achieving it and staying with that plan.”
Tom Landry
Tem crescido entre nós, pacatos cidadãos, a percepção que o nosso elenco interiorizou e tem posto em prática, a ideia de que “desenvolvimento” só pode ser atingido a partir de financiamento estrangeiro e investimento por parte das corporações internacionais (os famosos mega-projectos).
Esta tem sido uma receita perfeita para não se fazer nada!!
Mega-projectos cujas contrapartidas não são conhecidas pelo público, porque onde se refere “acções detidas pelo Governo/Estado Moçambicano”, trata-se na verdade, de indivíduos desta nomenklatura caduca, retrogada e predadora que recebem os “porcentos”. Por isso, quando se fala de “renegociar os incompreensivelmente excessivos benefícios fiscais” a estes projectos, que não têm estado nem a trazer emprego para a população, nem a dar receitas ao Estado, nota-se um perturbador silêncio de quem devia estar naqueles postos para defender os interesses supremos desta Nação.
No que respeita ao envolvimento da massa crítica nacional no delineamento e execução de planos de desenvolvimento e exploração dos recursos naturais do país, pouco ou quase nada tem sido feito, em termos de "produção material", senão a avalanche de empresas de indivíduos conectados e com “informação previlegiada” viradas para a área de serviços e, muitas das vezes, só como abutres prontos a captar os investimentos públicos (gerados internamente ou da ajuda internacional) e direccioná-los para áreas específicas de interesses “particulares”.
Uma coisa que urge saber é: “Qual é exactamente o trabalho desenvolvido pelo Ministério da Planificação e Combate à Pobreza Absoluta”?
Existem equipas de estudo e pesquisa, planificadores encarregues de rever os planos que foram sendo delineados e implementados desde a independência desta nação (PPI, PRE, etc) e outros elaborados por organismos independentes
Essa é a governação que este povo quer ver e espera dos seus dirigentes, que é suposto, estejam imbuídos do espírito de iniciativa, visão, dedicação e altos níveis de desempenho!
Os poucos cidadãos “sem apelido” que, por iniciativa e recursos próprios tentam iniciar alguma actividade económica e deviam ser incentivados, são violentamente combatidos, sem dó nem piedade, até a sua extinção! Porque estão a querer fazer coisas para as quais não estão qualificados…….
O Governo e seus cipaios no Aparelho do Estado acham que alguém virá de fora para desenvolver esta terra!! É essa a “lógica de escravo” que paira nas mentes retrógradas das nossas estruturas.
Continuamos a seguir a “lógica colonialista” de fazer desta terra, um mero campo de extracção e exploração de matéria-prima, para ser exportada à bruto para ir desenvolver o ocidente e o oriente.
Temos inclusive, na nossa Constituição, que “a agricultura é a base de desenvolvimento”. Mas, o que é que já foi feito para relançar a produção agrícola e assegurar a nossa independência alimentar, desde que terminou a Guerra civil, particularmente depois de Guebuza subir ao poder??
Vemos apenas extensas áreas agrícolas, com acesso previlegiado a recursos hídricos, serem concessionadas a investidores estrangeiros de conduta comprovadamente duvidosa, para serem usadas para a produção de matéria-prima para biocombustíveis, quando nem hortículas, nem cereais, temos para o nosso auto-sustento.
Este sector é chave, para inclusive reactivar as nossas indústrias têxtil, alimentar, de manufactura, entre outras, mas este elenco incompetente anda à sombra da bananeira, achando que os alimentos se produzirão por sí próprios ou por discursos com retórica colorida e vazia de conteúdo.
Dois mil e quinhentos quilómetros de costa marítima e nem uma indústria de pescado nacional, nem de producao de conservas de atum ou sardinhas! Vendemos licenças de pesca industrial à União Europeia à “preço de banana”, não fiscalizamos nem as suas actividades, nem as quantidades capturadas e temos que depois importar o nosso atum enlatado por outros, já à “preço de platina”.
As nossas extensas áreas florestais completamente ao desbarato, para alimentar a indústria dos outros, quando nem sequer produzimos carteiras para as nossas escolas! Quando não existe uma indústria nacional activa neste sector, que poderia catapultar o futuro da ergonomia neste país.
“A perfeição surge com o trabalho” e é isto que África, e particularmente Moçambique, não tem estado a fazer!!
Os incompetentes acham que, quem é que deve definir políticas para desenvolver estes sectores da economia??? Se acham que devem ser entidades alheias ao Governo, então porque é que devemos continuar a alimentá-los com mordomias e altos salários?? São salários relativos a quê ou para pagar o quê?? São salários pelo seu empenho em desviar os recursos do Estado para seus bolsos???
É incapacidade e incompetência de bradar os céus…….!!!
E ficam admirados quando o Povo se irrompe??
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