A blogosfera é um mundo, ou melhor ainda, um sub-mundo “oculto”, como os túneis de uma mina “secreta”, extensa e “abandonada”, sem plantas arquitectónicas nem mapas, onde cada dia é uma caixa de surpresas e de descobrimentos!
Quando dei os primeiros passos nessa longa caminhada pelo território moçambicano dessa “esfera”, constatei de imediato, a riqueza de pensamento e de interpelações que a caracterizavam! Nessa altura, o “Desenvolver Moçambique” (como blog), nem sequer me passava pela cabeça.
Porque sou adepto ferrenho do diálogo franco, aberto e honesto, me sinto quase que sempre, compelido a comentar e opinar quando noto que algo extravasa a lógica dos princípios e valores em que acredito, mas sempre fiel a confrontação de ideias e nunca de pessoas.
Meio caminho andado, percebi que a nossa blogosfera está dividida em dois grandes grupos de natureza mormente “politica” ou se quiserem, os pró-governamentais e os anti-governamentais, os críticos e os acríticos, os está-tudo-mal e os está-tudo-bem! Outros poderão sugerir que, o estudo da demografia desses grupos, pode evidenciar outros “trends” interessantes como, região, partido, etc, mas (por mim) duvido que em pleno século XXI, alguém esteja interessado em promover consciente ou inconscientemente, divisionismos “mesquinhos” deste tipo!
Acabamos tendo um comportamento blogósfero como o decalque perfeito do que ocorre nos meandros políticos desta pérola, onde a intolerância e a atitude de “inimigo mesmo” é que imperam. Individuos supostamente “do outro lado” acabam sendo vexados e xingados, sempre que pretendem manter viva a chama do diálogo franco e aberto em “terreno supostamente hostil”. E isto, infelizmente ocorre de ambos os lados! “Ideias”, jamais discutidas! O que entra em jogo são “pessoas”! E esta é a postura ideal para que os “real issues” nunca venham a tona! A energia (atómica), essa é dispendida nesta “guerrinha de comadres”! Outra forma lamentável tem sido “ignorar completamente” aquele suposto “agente do contra”! Imagino quão frustrante isso deve ser, mas a verdade nua e crua é que, essa prática “mata qualquer possibilidade de diálogo”.
But remember: We can disagree without being disagreeable!
Se esta blogosfera está pelo debate de ideias e pretende influenciar comportamentos nesta nação, independentemente dos credos, filiações partidárias, etc, os seus actores precisam conferir-lhe uma “identidade” e “postura” próprias (diferente da que vêmos nos outros microcosmos desta sociedade), em que a “tolerância mútua” e a “honestidade intelectual” imperem! Não queremos, de forma alguma, promover uma espécie de “normalismo de pensamento” (como devem ter notado, aqui somos adeptos de “mentes livres”), mas uma “atitude” vigorosa perante “assuntos” e “ideias” (nunca pessoas)!
Vou alertando desde já que, o lema deste blog é por uma “cidadania participativa”. Não temos aqui qualquer motivação política e somos totalmente apartidários!
O “Desenvolver Moçambique” poderia estar a distribuir “elogios” a cada “espiga” de arroz que é colhida neste território. Mas temos que enfrentar a realidade:
Este é um pais que, apesar do seu enorme potencial, continua em posições “extremas” em tudo o que é índice de desenvolvimento:
- Orçamento do Estado: o nosso déficit orçamental ronda os 60%.
- Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Moçambique ocupa a 172ª, a escassas cinco posições do último lugar.
- Produto Interno Bruto (PIB): o País encontrava-se na 121ª posição, numa classificação de 180 países.
- Mortalidade Infantil: Moçambique ocupa a sétima posição da lista dos países onde as crianças mais morrem a nascença.
Não podemos ficar impunes a isso e nos limitarmos a distribuir “louvores” e “aclamações”, dentro do nosso círculo, a cada feito mínimo alcançado (assim como incluir o cultivo de cinco canteiros de alface, nos grandes “accomplishments” da revolução verde). Essa não será certamente, a melhor via de contribuir para a alteração deste estado de coisas, num país onde o “chefe nunca está errado”, somos adeptos do "engraxismo" (e, por inerência de factos, cúmplices do marasmo em que nos encontramos) e plataformas de diálogo dentro da sociedade praticamente não existem.
É fundamental e permanentemente urgente que “Moçambique” seja discutido com franqueza, se estivermos cientes que, como nação, merecemos melhor, podemos fazer melhor e queremos construir melhor!!
Quando dei os primeiros passos nessa longa caminhada pelo território moçambicano dessa “esfera”, constatei de imediato, a riqueza de pensamento e de interpelações que a caracterizavam! Nessa altura, o “Desenvolver Moçambique” (como blog), nem sequer me passava pela cabeça.
Porque sou adepto ferrenho do diálogo franco, aberto e honesto, me sinto quase que sempre, compelido a comentar e opinar quando noto que algo extravasa a lógica dos princípios e valores em que acredito, mas sempre fiel a confrontação de ideias e nunca de pessoas.
Meio caminho andado, percebi que a nossa blogosfera está dividida em dois grandes grupos de natureza mormente “politica” ou se quiserem, os pró-governamentais e os anti-governamentais, os críticos e os acríticos, os está-tudo-mal e os está-tudo-bem! Outros poderão sugerir que, o estudo da demografia desses grupos, pode evidenciar outros “trends” interessantes como, região, partido, etc, mas (por mim) duvido que em pleno século XXI, alguém esteja interessado em promover consciente ou inconscientemente, divisionismos “mesquinhos” deste tipo!
Acabamos tendo um comportamento blogósfero como o decalque perfeito do que ocorre nos meandros políticos desta pérola, onde a intolerância e a atitude de “inimigo mesmo” é que imperam. Individuos supostamente “do outro lado” acabam sendo vexados e xingados, sempre que pretendem manter viva a chama do diálogo franco e aberto em “terreno supostamente hostil”. E isto, infelizmente ocorre de ambos os lados! “Ideias”, jamais discutidas! O que entra em jogo são “pessoas”! E esta é a postura ideal para que os “real issues” nunca venham a tona! A energia (atómica), essa é dispendida nesta “guerrinha de comadres”! Outra forma lamentável tem sido “ignorar completamente” aquele suposto “agente do contra”! Imagino quão frustrante isso deve ser, mas a verdade nua e crua é que, essa prática “mata qualquer possibilidade de diálogo”.
But remember: We can disagree without being disagreeable!
Se esta blogosfera está pelo debate de ideias e pretende influenciar comportamentos nesta nação, independentemente dos credos, filiações partidárias, etc, os seus actores precisam conferir-lhe uma “identidade” e “postura” próprias (diferente da que vêmos nos outros microcosmos desta sociedade), em que a “tolerância mútua” e a “honestidade intelectual” imperem! Não queremos, de forma alguma, promover uma espécie de “normalismo de pensamento” (como devem ter notado, aqui somos adeptos de “mentes livres”), mas uma “atitude” vigorosa perante “assuntos” e “ideias” (nunca pessoas)!
Vou alertando desde já que, o lema deste blog é por uma “cidadania participativa”. Não temos aqui qualquer motivação política e somos totalmente apartidários!
O “Desenvolver Moçambique” poderia estar a distribuir “elogios” a cada “espiga” de arroz que é colhida neste território. Mas temos que enfrentar a realidade:
Este é um pais que, apesar do seu enorme potencial, continua em posições “extremas” em tudo o que é índice de desenvolvimento:
- Orçamento do Estado: o nosso déficit orçamental ronda os 60%.
- Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Moçambique ocupa a 172ª, a escassas cinco posições do último lugar.
- Produto Interno Bruto (PIB): o País encontrava-se na 121ª posição, numa classificação de 180 países.
- Mortalidade Infantil: Moçambique ocupa a sétima posição da lista dos países onde as crianças mais morrem a nascença.
Não podemos ficar impunes a isso e nos limitarmos a distribuir “louvores” e “aclamações”, dentro do nosso círculo, a cada feito mínimo alcançado (assim como incluir o cultivo de cinco canteiros de alface, nos grandes “accomplishments” da revolução verde). Essa não será certamente, a melhor via de contribuir para a alteração deste estado de coisas, num país onde o “chefe nunca está errado”, somos adeptos do "engraxismo" (e, por inerência de factos, cúmplices do marasmo em que nos encontramos) e plataformas de diálogo dentro da sociedade praticamente não existem.
É fundamental e permanentemente urgente que “Moçambique” seja discutido com franqueza, se estivermos cientes que, como nação, merecemos melhor, podemos fazer melhor e queremos construir melhor!!
Agora, se os meus "fellow citizens" acham que "tá tudo numa boa", então, não está mais aqui quem falou!!
Tenham um óptimo fim de semana!
Tenham um óptimo fim de semana!
6 comentários:
Ui, essa foi a doer, mas as verdades têm que ser ditas não é? Bom fim de semana
Um bom fim de semana pra ti tambem!
Ximbi, apenas tou a exercer os meus deveres e direitos de cidadania! Julgo apenas que, nos mocambicanos temos uma tarefa extremamente ardua pela frente! E, aprendermos a dialogar, nao na defesa dos nossos interesses particulares ou do nosso grupelho, mas pensando neste pais que tem que comecar a avancar, e' um passo premente e pertinente a ser dado por todos. Temos que abandonar a cultura de que quem pensa diferente de nos, entao e' inimigo! E' essa postura que nos tem mantido parados no tempo!
Pois é, Jonathan, infelizmente é assim que se move o pais da marrabenta! Espero é ver mais reacçoes a este tema sempre actual, multifacetado e que tem muitas armadilhas pois por amor a camisola, muitos ha que vendem os proprios filhos
Dizes bem, "amor a camisola"! Por causa disso, tenho notado com alguma frequencia, tentativas de nos fazer crer que afinal, a agua que bebemos, nao e' agua, e' vinho (daqueles dos bons)!!
Caro Jonathan
“Congratulations” por ter levantado mais uma vez esta alerta que vai imobilizando os nossos blogues se o propósito da sua criação foi de exercermos o nosso direito de cidadania participativa.
Há muito disso que descreveste na blogosfera moçambicana e já havia atingido o seu cúmulo com uma guerra aberta. Essa guerra que foi mais ao nível intelectual, embora tenha-se aproveitado politicamente, pôs na penumbra os outros problemas da nossa blogosfera que são igualmente sérios. Parece que discutidas as diferenças intelectuais e posto esse assunto em vida latente, ficaram os grupelhos baseados em partidos políticos, região, sexo, nível académico, cor de pele (nunca gosto de chamar de raça), idade, o lugar donde o bloguista tecla, ou escrever bem (coitadinha da maioria moçambicana que não escreve nem lê), etc. Para isso há muita evidência. Basta ver algumas referências que se dão a alguns blogues da praça, de quem julga ter algum status ou poder, pois sem nada para constituir referência se dá e os que possam assim merecer se ignoram. E, há ensinamentos também muito maus como: não faças o que faço mas o que digo.
A atitude de “ignorar completamente” aquele suposto “agente do contra”! e de evitar em encontrar-se com que se opõe ou o contra, não é nada saudável e não ajuda nada para o nosso Moçambique. A minha experiência em discutir com quem se opõe é de que depois de tanta discussão se chega ao que é convergente e divergente. Geralmente, para pessoas que se preocupam por bem do país têm poucas divergências, pois elas só residem em estratégias para alcançá-lo e é isso em todas as sociedades democráticas. Portanto, penso que na blogosfera, a nossa preocupação devia ser de discutirmos tudo o que contitue problema para o progresso do nosso país. Por acaso, recuso em perder tempo de engraxar a quem quer que seja, e no pior de tudo, viver por um mérito passado, mas concentrar-me aos problemas actuais e ao futuro que até nem o viverei.
Quando criei o meu blog foi para me sentir livre das minhas simpatias e poder publicar as minhas reflexões ao que me preocupa sobre o meu Moçambique.
E, falando do “Desenvolver Moçambique” é um blog muitíssimo neutro aos grupelhos e seria mesmo útil se este fosse (em linguagem matémática) um ponto de convergência. Imagino que aos copitos viessem todos os “Know how” de cada área.
Caro Reflectindo!
As "congratulations" devem ser para todos os bloguistas comprometidos com o dialogo franco e aberto sobre esta nacao e, podes crer, o "Reflectindo Mocambique" faz parte desse lote.
Concordo plenamente contigo que "e' a falar que a gente se entende"!
Tenho notado que, para fugir ao dialogo, muitas das vezes ocorre uma atitude comportamental que me lembra aquele adagio popular de que "quem cala, consente"! Portanto, se um assunto e' suficientemente claro, mas vai contra os "pergaminhos e pressupostos" que tenho estado a defender, entao, nem sequer o abordo. Passo ao lado!
E asim, vamos fingindo que "estamos no caminho certo"!
"Cidadania participativa precisa-se"! E a blogsfera mocambicana nao se deve furtar a esse seu dever!
Tenha um bom fim de semana!
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