“We hold these truths to be self-evident that all men are created equal”
Thomas Jefferson (3rd President of U.S.A) in Declaration of Independence
Num exercício de liderança que caracteriza essa nação, os E.U.A voltaram a tomar a dianteira e deram uma “chapada enorme” ao mundo inteiro, mostrando que eles estão acima dos divisionismos que se impregnam e se têm cristalizado nas sociedades por longos períodos na história da humanidade! Tal como previmos aqui no “Desenvolver Moçambique”, Barack Obama, Lewis Hamilton (e esperamos Daviz Simango) iriam vencer porque, em nossa análise, e os factos assim o provaram, eram os melhores candidatos!
Essa é a lição de harmonia, tolerância e valorização do indivíduo, que esses eventos recentes nos transmitem, independentemente da sua raça, condição social, côr partidária, religião, tribo, etc, mas somente pelo conteúdo do seu caracter, suas habilidades e capacidade intelectual!
Ao contrário de capitalizarmos o discurso e debate na nossa esfera, nessa perspectiva de reconcialição, alguns sectores proeminentes da nossa sociedade encontraram nele uma oportunidade soberana para promover um discurso racial polarizante, se preocupando em apontar quem são os mais racistas, os principais “culpados” da descriminação racial aqui ou acolá, etc!
Quando este país se tornou independente, eu ainda era um petiz e naturalmente nada percebia. Mas subsequentemente, fui notando, contrariamente ao resto de África e quiçá do mundo em geral, a diversidade racial principalmente nas lides governamentais máximas do nosso Moçambique independente! Figuras como Jacinto Veloso, Jorge Rebelo, Magid Osman, Sérgio Vieira, Prakash Ratilal, etc, de longe se assemelham aos ditos “Africanos de Raíz” como o Umbhalane bem ironiza e como se esse conceito realmente existisse!
Samora os nomeou não porque eram desta ou daquela raça, mas porque na sua percepção, reuniam os atributos necessários para os desafios que esses postos requeriam. Que contributo estava a dar-nos e ao mundo inteiro que Moçambique era uma nação racialmente unificada, mas volvidas estas quase 4 décadas parece que muita gente ainda insiste em não perceber esses ensinamentos! É verdade que após a sua morte, e aqui alguns sectores aventam que essa era umas das reivindicações dos “feiticeiros da casa” (um dia com mais calma irei descascar este assunto), notou-se a ascenção de mais moçambicanos negros às pastas do Governo, mas não se pode, de modo algum, referir a uma segregação desmedida. Todos estamos bem lembrados do recentemente falecido ex-ministro da Indústria Eng. Carlos Morgado, o actual vice-ministro da Juventude e Desportos Carlos de Sousa ou do Vice-Ministro dos Recursos Minerais Abdul Razak, só pra citar alguns exemplos.
Agora, e apesar dos negros (e aqui falo de todas outras minorias) terem emigrado forçosa ou voluntariamente para outras partes do mundo, não me ocorre que algum deles esteja em altas pastas governamentais seja em Espanha, Portugal, Argentina, Brasil (sei que Gilberto Gil está na Cultura e
Edson Arantes do Nascimento a.k.a Pelé no Desporto, num país onde a maioria é negra e/ou mestiça), Dinamarca, China, Camarões, Japão, Rússia ou Austrália! (se estiver errado, que me corrijam)
Por isso, em minha modesta opinião, ninguém tem a autoridade moral para estar aqui a apontar o dedo a quem quer que seja sobre a descriminação racial. Os únicos, neste momento, que poderiam fazê-lo com alguma credibilidade são os próprios norte-americanos, que souberam transcender essas mesquinhices, observar e eleger o candidato que revelou as características de liderança e intelecto necessárias, sem se preocupar com a côr da sua pele.
A “nosotros”, o que nos resta é interiorizar, aprender essa lição e passarmos a promover a harmonia social e o julgar os outros não de acordo com as nossas diferenças sejam raciais, filiação politico-partidária, religião ou estatuto social, mas apenas se preocupando com o conteúdo do seu carácter!
É essa a “bofetada” que a eleição de Obama nos dá a todos do mundo inteiro e quando os nossos parentes ou educadores nos dão uma tareia é com o intuito de corrigirmos as coisas erradas que fizemos e nunca para voltar a repetí-las!
Vamos lá por isso, não só Moçambicanos mas cidadãos do mundo inteiro, promover um diálogo construtivo e saudável para o refinamento das nossas sociedades!
São esses miseros cêntimos que gostaria de partilhar convosco!
Um abraço e tenham um óptimo fim de semana!
Thomas Jefferson (3rd President of U.S.A) in Declaration of Independence
Num exercício de liderança que caracteriza essa nação, os E.U.A voltaram a tomar a dianteira e deram uma “chapada enorme” ao mundo inteiro, mostrando que eles estão acima dos divisionismos que se impregnam e se têm cristalizado nas sociedades por longos períodos na história da humanidade! Tal como previmos aqui no “Desenvolver Moçambique”, Barack Obama, Lewis Hamilton (e esperamos Daviz Simango) iriam vencer porque, em nossa análise, e os factos assim o provaram, eram os melhores candidatos!
Essa é a lição de harmonia, tolerância e valorização do indivíduo, que esses eventos recentes nos transmitem, independentemente da sua raça, condição social, côr partidária, religião, tribo, etc, mas somente pelo conteúdo do seu caracter, suas habilidades e capacidade intelectual!
Ao contrário de capitalizarmos o discurso e debate na nossa esfera, nessa perspectiva de reconcialição, alguns sectores proeminentes da nossa sociedade encontraram nele uma oportunidade soberana para promover um discurso racial polarizante, se preocupando em apontar quem são os mais racistas, os principais “culpados” da descriminação racial aqui ou acolá, etc!
Quando este país se tornou independente, eu ainda era um petiz e naturalmente nada percebia. Mas subsequentemente, fui notando, contrariamente ao resto de África e quiçá do mundo em geral, a diversidade racial principalmente nas lides governamentais máximas do nosso Moçambique independente! Figuras como Jacinto Veloso, Jorge Rebelo, Magid Osman, Sérgio Vieira, Prakash Ratilal, etc, de longe se assemelham aos ditos “Africanos de Raíz” como o Umbhalane bem ironiza e como se esse conceito realmente existisse!
Samora os nomeou não porque eram desta ou daquela raça, mas porque na sua percepção, reuniam os atributos necessários para os desafios que esses postos requeriam. Que contributo estava a dar-nos e ao mundo inteiro que Moçambique era uma nação racialmente unificada, mas volvidas estas quase 4 décadas parece que muita gente ainda insiste em não perceber esses ensinamentos! É verdade que após a sua morte, e aqui alguns sectores aventam que essa era umas das reivindicações dos “feiticeiros da casa” (um dia com mais calma irei descascar este assunto), notou-se a ascenção de mais moçambicanos negros às pastas do Governo, mas não se pode, de modo algum, referir a uma segregação desmedida. Todos estamos bem lembrados do recentemente falecido ex-ministro da Indústria Eng. Carlos Morgado, o actual vice-ministro da Juventude e Desportos Carlos de Sousa ou do Vice-Ministro dos Recursos Minerais Abdul Razak, só pra citar alguns exemplos.
Agora, e apesar dos negros (e aqui falo de todas outras minorias) terem emigrado forçosa ou voluntariamente para outras partes do mundo, não me ocorre que algum deles esteja em altas pastas governamentais seja em Espanha, Portugal, Argentina, Brasil (sei que Gilberto Gil está na Cultura e
Edson Arantes do Nascimento a.k.a Pelé no Desporto, num país onde a maioria é negra e/ou mestiça), Dinamarca, China, Camarões, Japão, Rússia ou Austrália! (se estiver errado, que me corrijam)
Por isso, em minha modesta opinião, ninguém tem a autoridade moral para estar aqui a apontar o dedo a quem quer que seja sobre a descriminação racial. Os únicos, neste momento, que poderiam fazê-lo com alguma credibilidade são os próprios norte-americanos, que souberam transcender essas mesquinhices, observar e eleger o candidato que revelou as características de liderança e intelecto necessárias, sem se preocupar com a côr da sua pele.
A “nosotros”, o que nos resta é interiorizar, aprender essa lição e passarmos a promover a harmonia social e o julgar os outros não de acordo com as nossas diferenças sejam raciais, filiação politico-partidária, religião ou estatuto social, mas apenas se preocupando com o conteúdo do seu carácter!
É essa a “bofetada” que a eleição de Obama nos dá a todos do mundo inteiro e quando os nossos parentes ou educadores nos dão uma tareia é com o intuito de corrigirmos as coisas erradas que fizemos e nunca para voltar a repetí-las!
Vamos lá por isso, não só Moçambicanos mas cidadãos do mundo inteiro, promover um diálogo construtivo e saudável para o refinamento das nossas sociedades!
São esses miseros cêntimos que gostaria de partilhar convosco!
Um abraço e tenham um óptimo fim de semana!
10 comentários:
É um facto que a eleição de um afro americano para a presidência dos Estados Unidos é um acontecimento histórico. Quem conhece as práticas da Ku Klux Kan, e a sangrenta guerra civil,entre1861 e 1865, que provocou quase de um milhão de mortes, percebe a importância desta eleição.
Esta vitória foi saudada por intelectuais e políticos progressistas. São muitos os exemplos. Poderei citar dois: o escritor e comunista, José Saramago e o vice-presidente do PC Americano, Jarvis Tyner
No entanto,as poderossissimas cargas de emotividade, resultaram naquilo que se começou a designar por Obamania. Aliado isto, o caráter messiânico que se atribuiu ao candidato afro-americano, roça a fronteira da ingenuidade politica
Quanto aos contornos e dimensões da mudança, as interrogações são mais que muitas.
Convém ser prudente. O sistema político, que ao longo de mais de um século tem sido a representação estatal do imperialismo americano, é mestre em enquadrar presidentes e fazê-los assumir a postura que lhe convém.
Quais as forças na cena politica americana que apoiam Obama? O Partido Socialista, O Partido Comunista, os Verdes? Qual a base, organizada, que irá sustentar Obama? O Partido Democrata? Um novo partido?
Deixo algo e volto depois
Nyamko Sabuni
Caro Amigo Jonathan McCharty
Acabou de dar uma choruda contribuição em dólares, não em cêntimos.
Parabéns.
Quero sorver cada palavra sua, devagar, devagarinho...como quem bebe uma Manica bem gelada num dia de muito calor, mas com a sede já apaziguada.
Beber por prazer, ...vou assim baber.
Reflectindo
Boa contribuição
Um abraço a ambos.
Caro Agry!
Todos os pontos que levantou merecem a devida analise e ponderacao! Quem viu o filme JFK pode ter a percepcao das "forcas invisiveis" e bastantes poderosas que "controlam" e influenciam o poder nos EUA. E' verdade que havia muito medo que elas pudessem ate' inviabilizar a propria eleicao de Obama. Isso nao aconteceu e o mesmo "medo" comeca a voltar gradualmente ao debate. A America esta' a viver um momento crucial da sua historia e com certeza, eles precisarao de solucoes "nao-convencionais" para os problemas que enfrentam! Obama esta' ciente dos perigos que a sua plataforma governativa pode sofrer e, uma coisa importante que fez, foi "empoderar" os norte-americanos e envolve-los activamente no destino politico da sua nacao. O problema d economia, crise financeira, crise energetica, etc, nao sao problemas restritos a um unico partido! E' um problema de todos os americanos e consequentemente do mundo em geral. Quando o povo esta' desatento, e' quando facilmente essas agendas obscuras sao postas em pratica! Vamos esperar para ver!
Reflectindo!
Obrigado pela informacao. Por acaso nunca tinha ouvido falar dessa politica! E' verdade que na Europa, os nordicos estao muito mais adiantados na abordagem destas tematicas. Ocorre-me agora o nome de outra deputada holandesa de origem africana, a Ayaan Hirsi Ali. Outras partes do mundo ainda olham que suspeicao a nomeacao de minorias, nao so' para cargos governamentais, como para altos postos de empresas publicas! Espero que regresses com mais subsidios sobre esta materia! Uma coisa que gostaria de perceber e' a "contestacao" que estas lideres africanas ai na Europa sofrem de sectores islamicos! Acho isso um tema para ser estudado!
Caro Umbhalane!
Obrigado pela sua apreciacao do artigo! Acho que e' pertinente que todos nos contribuamos para melhorar a harmonia nas nossas sociedades. E' altura de trabalharmos pelo proveito comum e nao investirmos cada uma das nossas palavras para fomentar o divisionismo e suspeicao entre o que seja, raca, religiao, partido, etc.
Um abraco e uma optima semana!
Caro Mccharty aplaudo o seu "nobre" optimismo entretanto nao fiquei satisfeito com a maneira como sustentas sua tese. Nem Obama, nem Hamiltom, em si, significam o fim das barreiras raciais. Em sua obra Era dos Extremos:o breve século XX, Hobsbawm faz uma radiografia da historia do seculo XX, onde considera o movimento feministas e as questoes de genero como uma das maiores revolucoes do século. Todavia chama atencao para nao vermos a parcela de mulheres que assumiu a chefia de Estados e/ou Governos como sintomatico de uma tendencia de igualidade de genero. Hobsbawm mostra que tais mulheres (Benazir Bhuto; Aung Sam Xi; Corazon Aquino; Isabel Peron; Indira Gandhi; Sirimavo Bandaranaike, etc)conseguiram tais feitos por herannca familiar e nao simplismente por uma hardua luta(nao estou querendo tirar mérito algum nestas mulheres, é apenas uma ilustracao).
Quando falas de Jacinto Veloso, Jorge Rebelo, Sergio Vieira, etc como justificao de Mocambique ser uma nacao racialmente unificada, isso paresse-me bastante problematico. Consideras apenas a hipotese que te agrada ao dizer que sua escolha deveu-se a critérios de competencia, "reuniam os atributos necessários para os desafios que esses postos requeriam". E se eu dissesse por exemplo que foram chamados porque eram os unicos, na época, que existiam no país. Isso faz-me lembrar um colega brasileiro que se dizia nao ser racista porque o seu melhor amigo de infancia era um negro.
Gostaria de lembrar aqui um facto que me parece negligenciado nestes debates. O partido democrata radicalisou as suas escolhas para estas eleicoes. Supondo que a victoria da chapa dos democratas era certa, ou ganhava um afro-americano ou uma mulher, talvez toda esta "pompa" negro/afro-americano se transfereria para a "pompa" mulher e se diria que os EUA deram uma licao de iguqlidade de genero.
Obama é certamente uma grande ruptura nos EUA mas esta longe de significar uma real integracao dos afro-americanos e de outras minorias na sociadade americana.
Confesso que tambem fiquei emocionado com a vitoria de Obama. Entretanto a emocao excessiva pode conduzirnos a uma cegueira analitica. Por isso, estamos todos convidados a vigiar nossas emocoes.
Um grande abraco.
Estimado Mukwazi Dlamini,
E' um prazer te-lo aqui e estar aqui a contemplar o seu extenso e eloquente comentario.
Antes me desculpar pelo longo periodo sem te responder. Alguns afazeres me puseram longe da blogosfera.
Apesar de basicamente concordar com as tuas observacoes, devo notar que as desvirtuas um pouco do contexto desta postagem particular. Senao vejamos:
"Nem Obama, nem Hamilton, em si, significam o fim das barreiras raciais." Brada, voltei a reler o meu artigo e nao encontro sitio algum onde profiro essas palavras! O que propus foi essencialmente que tinhamos uma oportunidade soberana para aprendermos e pormos em pratica a valorizacao do individuo, seja ele quem for, e independentemente da sua raca, religiao ou partido, mas apenas de acordo com o conteudo do seu caracter!
Mas a parte que acho mesmo interessante e' quando dizes:
"Quando falas de Jacinto Veloso, Jorge Rebelo, Sergio Vieira, etc como justificao de Mocambique ser uma nacao racialmente unificada, isso paresse-me bastante problematico. Consideras apenas a hipotese que te agrada ao dizer que sua escolha deveu-se a critérios de competencia. E se eu dissesse por exemplo que foram chamados porque eram os unicos, na época, que existiam no país.
Acho que o teu comentario concorda plenamente com a minha observacao! Que esses individuos reuniam os atributos para os postos a que foram nomeados. Agora, se eles eram os unicos, isso nao exclui de maneira alguma, a razao para a sua nomeacao, que anteriormente levantei (competencia).
E espero que o amigo Dlamini, tenha notado que, no meu texto, nao defendo predilecao por quaisquer das racas! O meu apelo reside na promocao da harmonia nas nossas sociedades!
Um abraco e tenha uma optima semana laboral!
Caro Mccharty! é bom ver que re-avaliaste sua tese apartir do comentario que fiz.
Quando disse "Nem Obama, nem Hamilton, em si, significam o fim das barreiras raciais." em momento algum quiz dizer que o disseste exatamente nestes moldes, foi a interpretacao do seu pensamento que eu fiz.
Sobre Jacinto Veloso, Jorge Rebelo, Sergio Vieira, etc ainda acho que o facto de eles terem exercido os cargos que exerceram nao explica a tese segundo a qual Mocambique é uma nacao racialmente unificada. Olhe que nao estou discutindo a tese mas as premissas sobre as quais tal tese se assenta. é por isso que reafirmo a importancia do metodo. Bons pilares permitem um bom teto, o inverso nao é necessariamente verdadeiro.
Um grande abraco.
Amigo Dlamini,
No primeiro caso, receio dizer que leste ou interpretaste mal o meu pensamento!
No segundo, devo confessar que a expressao "racialmente unificada", entanto que tal, pode causar alguma percepcao erronea! A minha conviccao foi de que ninguem iria entender que o que pretendia dizer e' que, pelo simples facto de se terem nomeado individuos de outras raas de menor expressao, a "unificacao racial" se tornaria "facto consumado", mas que ao agir assim, Samora estava a dizer-nos e a dar um sinal claro que o nosso "inimigo" nao e' o individuo de pigmentacao diferente da nossa, mas aquele cujas accoes e atitudes sao diversas aos nossos interesses!
Infelizmente, com a sua morte, essa linha de pensamento/governacao foi sendo progressivamente perdida!
Um abraco e queira receber os meus votos sinceros de um optimo fim de semana! Nao exite em aparecer quando assim o convier!
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