"A violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora"!
Benedetto Croce
Temos vindo a viver ultimamente, momentos cada vez mais “inovadores” no que concerne a violência e insegurança urbana! Desde assaltos espectaculares a bancos, tráfico de seres humanos em dimensões assustadoras, sequestros com intuitos de cobrar resgates e, com se isso não bastasse, nesta última semana, a utilização de bombas para detonar ATM’s em plenas instalações hospitalares. Poderiamos estender esta lista até ao fim desta postagem!
Mas a questão que se coloca é: “O que se está exactamente a passar nesta Pérola do Índico”?
Uma expressão comumente ouvida das nossas Autoridades Policiais é que os bandidos e malfeitores têm estado a aperfeiçoar as suas tácticas a um ritmo bastante acelerado que, a nossa corporação policial não consegue seguir-lhes o passo.
Eu gostaria de avaliar esta questão sob o ponto de vista “interno” das nossas várias instituições policiais ou de investigação criminal. Gostaria de lembrar, antes de mais que, grande parte dos nossos agentes “secretos” foram formados em países como a Rússia, Cuba, etc, com regimes cuja plataforma de governação assenta basicamente num “controlo” rígido dos seus cidadãos e acções perturbadoras ao sistema, a história tem nos mostrado, são detectadas de forma eficiente. Aliás, esses regimes continuam de pedra e cal e muito do crédito deve-se essencialmente à performance das suas Instituições Policiais.
Mas então, porque as coisas não funcionam como devem ser, cá entre nós?
Aqui em Moçambique e quem sabe em África, se costuma dizer que “o feiticeiro não entra numa casa, sem que tenha apoio de alguém de dentro”! Até onde isso será verdade em relação à nossa Polícia, gostaria de tecer alguns exemplos:
1) Quando alguém sofre o roubo de um carro, a nossa Policia só de saber a marca, o local e circunstâncias em que ocorreu o assalto, diz imediatamente que “esta só pode ser a quadrilha do Manito ou do Benito (nomes ficticios)”! Nisso, precisam de somas avultadas (muitas das vezes equiparáveis ao valor de compra/venda da viatura) para a poderem recuperar, e não raras vezes exigem ainda uma viatura adicional com combustivel e tudo, para poderem fazer as “diligências” porque, dizem, “a Policia não tem meios”. Nessas circunstâncias, não haja dúvidas que muitos dos carros aparecem.
2) Vou vos contar um episódio real ocorrido em Maputo: um indivíduo meio abastado vê sua casa ser assaltada a meio da noite. Sendo que um primo seu é “alto-boss” da Polícia, logo uma equipa de investigação, com cães patrulha e tudo, é delegada e acorre imediatamente ao local do crime. Vendo as circunstâncias do crime (homens encapuzados, bem armados e bastante rápidos nas suas operações), é apontada imediatamente a quadrilha do “Jonito” (nome ficticio). Em seguida, a Polícia e o proprietário da moradia assaltada dirigem-se à casa do chefe da presumível quadrilha. Estes são recebidos cordialmente na sua “mansão palacial”, primeiro pela esposa deste e depois pelo visado, que pergunta antes se pretendiam tomar alguma coisa e depois, qual era a “preocupação” que os trazia àquela hora da noite. Após explicação dada pela Polícia, “Jonito” diz assim de boca bem aberta que “não se tratava dos seus homens, porque “estes tinham recomendações para assaltar apenas casas de cooperantes (leia-se estrangeiros), naquele fim de semana”! Porém, o que ele poderia fazer era contactar no dia seguinte o pessoal do seu “armazém” na Manhiça para saber se “receberam algo” e depois informaria ao official da Polícia. Posto isto, estes se retiraram de mansinho da mansão do chefe da quadrilha.
Portanto, podemos ver como a nossa Polícia conhece bem e anda completamente capturada pelos ladrões e assaltantes. Há uma convivência assustadoramente pacífica entre estas “instituições” do crime organizado e do suposto combate a esse mesmo crime.
Outra coisa que me deixa totalmente estupefacto é a nossa própria coabitação com a anormalidade: Como é que uma “zona comercial” (se é que se lhe pode dar esse nome) como o “Mercado do Estrela Vermelha” (Maputo) onde se sabe que acima de 80% dos produtos ali comercializados são provenientes de roubos, é deixada operar de forma impune há não sei quantas décadas ali mesmo no coração da nossa cidade capital?? São faróis, pisca-piscas, pára-brisas, espelhos retrovisores, electrodomésticos, telefones celulares, etc, vendidos num exercicio “diário” de roubou-vendeu-roubou, e ninguém faz nada! Alguém me disse que até viaturas são agora por lá vendidas! A Polícia deve fazer o seu papel, mas nós como sociedade civil responsável devemos fazer a nossa parte, boicotando a aquisição de produtos obtidos de forma ilícita e nos consciencializando que é nos agentes e lojas apropriadas que o devemos fazer.
O que cada cidadão gasta em termos de segurança pessoal, de seus bens e propriedades, começa a ser algo insustentável nesta nação! É inadmissível que continuemos a viver neste ambiente de constante insegurança, sem saber quando os “donos” virão buscar os bens que com muito custo adquirimos! Moçambique não pode continuar a viver neste “far west” autêntico! Isto, Excia e seus súbditos “cinzentinhos” é inaceitável e extravasa todos os limites do tolerável!
Se, conforme Eva Perón “A violência nas mãos do povo não é violência mas justiça”, então não nos devemos admirar da onda cada vez crescente de linchamentos neste país. A Polícia completamente engolida pelos malfeitores não tem estado a desempenhar a sua tarefa! Muita gente não percebe porque um indivíduo provadamente assaltante, mesmo que capturado inúmeras vezes em flagrante delito (pela população, veja-se), seja sistematicamente reconduzido a liberdade! O facto é que, e digo isso por experiência própria, cada malfeitor apreendido, não passa de uma oportunidade “soberana” de negócio para a Polícia. Somas monetárias, muitas das vezes irrisórias, têm estado na origem da perpetuação da nossa convivência com malfeitores!
Acho que outro aspecto que deve ser considerado nesta análise é a própria composição dos organismos directivos do Ministério que deve garantir a segurança e ordem públicas. Se o Ministro e seus assessores influentes são “civis”, não estará aqui a ocorrer uma espécie de pirraça e sabotagem pelos profissionais de carreira, por insatisfação com essa situação?? Como se diz naquela crónica em que o javali ficava ali no seu canto, deixando todos falarem e tomarem as suas decisões erradas ou certas, sem dar o seu conselho ou palpite, apesar da sua extensa experiência!
Mas independentemente do que esteja a acontecer na nossa Corporação, as instituições de direito têm que encontrar a solução. É essa a sua responsabilidade! Não pagamos os nossos impostos para ouvir desculpas esfarrapadas!
E Excia, “enough is enough”! Se não está a altura de dar cobro à situação, a custo do sofrimento perpétuo deste povo que tem procurado fazer a vida honestamente, então reuna a sua equipa e se demitam colectivamente! Nós é que não estamos aqui para continuar a pagar nossas vidas, bens e propriedades pela vossa sistemática negligência em garantir segurança a esta nação.
E se alguém tem dúvidas de como a Polícia pode ser capturada pelo crime organizado, aconselho a assistar ao filme “American Gangster”, de Denzel Washington! (uma história verídica)
Benedetto Croce
Temos vindo a viver ultimamente, momentos cada vez mais “inovadores” no que concerne a violência e insegurança urbana! Desde assaltos espectaculares a bancos, tráfico de seres humanos em dimensões assustadoras, sequestros com intuitos de cobrar resgates e, com se isso não bastasse, nesta última semana, a utilização de bombas para detonar ATM’s em plenas instalações hospitalares. Poderiamos estender esta lista até ao fim desta postagem!
Mas a questão que se coloca é: “O que se está exactamente a passar nesta Pérola do Índico”?
Uma expressão comumente ouvida das nossas Autoridades Policiais é que os bandidos e malfeitores têm estado a aperfeiçoar as suas tácticas a um ritmo bastante acelerado que, a nossa corporação policial não consegue seguir-lhes o passo.
Eu gostaria de avaliar esta questão sob o ponto de vista “interno” das nossas várias instituições policiais ou de investigação criminal. Gostaria de lembrar, antes de mais que, grande parte dos nossos agentes “secretos” foram formados em países como a Rússia, Cuba, etc, com regimes cuja plataforma de governação assenta basicamente num “controlo” rígido dos seus cidadãos e acções perturbadoras ao sistema, a história tem nos mostrado, são detectadas de forma eficiente. Aliás, esses regimes continuam de pedra e cal e muito do crédito deve-se essencialmente à performance das suas Instituições Policiais.
Mas então, porque as coisas não funcionam como devem ser, cá entre nós?
Aqui em Moçambique e quem sabe em África, se costuma dizer que “o feiticeiro não entra numa casa, sem que tenha apoio de alguém de dentro”! Até onde isso será verdade em relação à nossa Polícia, gostaria de tecer alguns exemplos:
1) Quando alguém sofre o roubo de um carro, a nossa Policia só de saber a marca, o local e circunstâncias em que ocorreu o assalto, diz imediatamente que “esta só pode ser a quadrilha do Manito ou do Benito (nomes ficticios)”! Nisso, precisam de somas avultadas (muitas das vezes equiparáveis ao valor de compra/venda da viatura) para a poderem recuperar, e não raras vezes exigem ainda uma viatura adicional com combustivel e tudo, para poderem fazer as “diligências” porque, dizem, “a Policia não tem meios”. Nessas circunstâncias, não haja dúvidas que muitos dos carros aparecem.
2) Vou vos contar um episódio real ocorrido em Maputo: um indivíduo meio abastado vê sua casa ser assaltada a meio da noite. Sendo que um primo seu é “alto-boss” da Polícia, logo uma equipa de investigação, com cães patrulha e tudo, é delegada e acorre imediatamente ao local do crime. Vendo as circunstâncias do crime (homens encapuzados, bem armados e bastante rápidos nas suas operações), é apontada imediatamente a quadrilha do “Jonito” (nome ficticio). Em seguida, a Polícia e o proprietário da moradia assaltada dirigem-se à casa do chefe da presumível quadrilha. Estes são recebidos cordialmente na sua “mansão palacial”, primeiro pela esposa deste e depois pelo visado, que pergunta antes se pretendiam tomar alguma coisa e depois, qual era a “preocupação” que os trazia àquela hora da noite. Após explicação dada pela Polícia, “Jonito” diz assim de boca bem aberta que “não se tratava dos seus homens, porque “estes tinham recomendações para assaltar apenas casas de cooperantes (leia-se estrangeiros), naquele fim de semana”! Porém, o que ele poderia fazer era contactar no dia seguinte o pessoal do seu “armazém” na Manhiça para saber se “receberam algo” e depois informaria ao official da Polícia. Posto isto, estes se retiraram de mansinho da mansão do chefe da quadrilha.
Portanto, podemos ver como a nossa Polícia conhece bem e anda completamente capturada pelos ladrões e assaltantes. Há uma convivência assustadoramente pacífica entre estas “instituições” do crime organizado e do suposto combate a esse mesmo crime.
Outra coisa que me deixa totalmente estupefacto é a nossa própria coabitação com a anormalidade: Como é que uma “zona comercial” (se é que se lhe pode dar esse nome) como o “Mercado do Estrela Vermelha” (Maputo) onde se sabe que acima de 80% dos produtos ali comercializados são provenientes de roubos, é deixada operar de forma impune há não sei quantas décadas ali mesmo no coração da nossa cidade capital?? São faróis, pisca-piscas, pára-brisas, espelhos retrovisores, electrodomésticos, telefones celulares, etc, vendidos num exercicio “diário” de roubou-vendeu-roubou, e ninguém faz nada! Alguém me disse que até viaturas são agora por lá vendidas! A Polícia deve fazer o seu papel, mas nós como sociedade civil responsável devemos fazer a nossa parte, boicotando a aquisição de produtos obtidos de forma ilícita e nos consciencializando que é nos agentes e lojas apropriadas que o devemos fazer.
O que cada cidadão gasta em termos de segurança pessoal, de seus bens e propriedades, começa a ser algo insustentável nesta nação! É inadmissível que continuemos a viver neste ambiente de constante insegurança, sem saber quando os “donos” virão buscar os bens que com muito custo adquirimos! Moçambique não pode continuar a viver neste “far west” autêntico! Isto, Excia e seus súbditos “cinzentinhos” é inaceitável e extravasa todos os limites do tolerável!
Se, conforme Eva Perón “A violência nas mãos do povo não é violência mas justiça”, então não nos devemos admirar da onda cada vez crescente de linchamentos neste país. A Polícia completamente engolida pelos malfeitores não tem estado a desempenhar a sua tarefa! Muita gente não percebe porque um indivíduo provadamente assaltante, mesmo que capturado inúmeras vezes em flagrante delito (pela população, veja-se), seja sistematicamente reconduzido a liberdade! O facto é que, e digo isso por experiência própria, cada malfeitor apreendido, não passa de uma oportunidade “soberana” de negócio para a Polícia. Somas monetárias, muitas das vezes irrisórias, têm estado na origem da perpetuação da nossa convivência com malfeitores!
Acho que outro aspecto que deve ser considerado nesta análise é a própria composição dos organismos directivos do Ministério que deve garantir a segurança e ordem públicas. Se o Ministro e seus assessores influentes são “civis”, não estará aqui a ocorrer uma espécie de pirraça e sabotagem pelos profissionais de carreira, por insatisfação com essa situação?? Como se diz naquela crónica em que o javali ficava ali no seu canto, deixando todos falarem e tomarem as suas decisões erradas ou certas, sem dar o seu conselho ou palpite, apesar da sua extensa experiência!
Mas independentemente do que esteja a acontecer na nossa Corporação, as instituições de direito têm que encontrar a solução. É essa a sua responsabilidade! Não pagamos os nossos impostos para ouvir desculpas esfarrapadas!
E Excia, “enough is enough”! Se não está a altura de dar cobro à situação, a custo do sofrimento perpétuo deste povo que tem procurado fazer a vida honestamente, então reuna a sua equipa e se demitam colectivamente! Nós é que não estamos aqui para continuar a pagar nossas vidas, bens e propriedades pela vossa sistemática negligência em garantir segurança a esta nação.
E se alguém tem dúvidas de como a Polícia pode ser capturada pelo crime organizado, aconselho a assistar ao filme “American Gangster”, de Denzel Washington! (uma história verídica)
6 comentários:
Clap, clap, clap, outro chef d'oeuvre! Jonathan, amigo, o que acontece ou esta a acontecer em termos de criminalidade na desgastada perola do Indico é o que vulgarmente chamamos normal. E olha que os metodos se vao aperfeiçoar ainda mais.
Quanto ao aspecto que focas, da formaçao dos agentes de investigaçao nos paises socialistas, acho que esses ja nao estao operacionais ou se o estao sao os homens do gabinete ou que nunca lá estao por estarem a tratar de seus interesses pessoais.
Conheço um agente da PIC que foi companheiro de pulanços de muros, deslizanços nas barreiras, pao e badjia no inicio das barracas do Museu, logo, amigo da adolescencia. Esse moço, tinha alergia à escola e hoje é agente da PIC!
Como poderá isso ser? Como poderá este acompanhar os avanços dos batedores? Como não terá este amizades com bosses de quadrilhas? Como nao recebera este luvas dos tais bosses? Como nao exigirá este da vitima credito para celular, mola para chapa e etc, etc?
Recentemente, a um familiar foi-lhe roubado um telemovel e este fez questao de o recuperar. As expensas para tal quase atingiram o valor do dito telemovel pois tinha que alimentar o agente que procurava o tal cell. Onde vamos parar?
Obrigado Ximbitane, pela tua apreciacao pelo artigo. E' verdade que a nossa policia tem de tudo la' dentro. E' fundamental que se olhe bem para o "perfil" de quem entra pra essa corporacao. Nao se faz escrutinio algum durante a a sua admissao, e nao haja duvidas que temos policias ladroes e bandidos a fartura. Foi reportado recentemente do guarda prisional em Gondola que soltava alguns presos e juntos iam fazer assaltos a calada da noite. Ou o alto oficial que telefonou ao celular do numero 2 da quadrilha do Chauque a tentar alerta-lo da operacao para a sua captura (pena que nao tenha sido a tempo de salvar o seu "amigo"). E' um facto que a nossa policia precisa de uma "purga" a serio. Os jovens que vao sendo graduados na Academia Policial precisam tomar partido desta situacao e ir substituindo os "cotas" seriamente corrompidos que andam por ai. Com essa de que "os jovens podem vender o pais", nao sei nao, quando e' que essas medidas comecarao a ser devidamente implementadas!
Tenha um bom weekend!
A questão de seguranca no nosso país é alarmante. Quando o cidadão não pode confiar um membro da polícia é porque a situacão atingiu o cúmulo. Até porque um exemplo concreto é o que escreveu o Jorge Saiete no seu blog sobre si mesmo.
Será que Mocambique precisa de nascer de novo? Isto, como distinguiremos os que querem trabalhar a bem do povo dos associados do crime organizado?
Um dos problemas, penso eu, é da idoneidade de quem vai dirigir este ministério. Eu que esperava que Felício Zacarias teria sido ministro do interior, fiquei decepcionado quando soube que não era ele. Eu acredito que Zacarias poderia ter posto a PRM em melhor situacão.
Reflectindo,
E' verdade que houve muita expectativa em torno da possivel nomeacao do Felicio Zacarias! Diz-se que ele "exigiu" que o "deixassem trabalhar" caso fosse nomeado para aquele posto. Como o tipo e' "reckless", alguns sectores tiveram medo de "arriscar"!
Imagino, isso. Aliás podemos especular sobre quem ou qual sector não quis arriscar em nomeá-lo a ministro do interior. Muita gente esperava ver-lhe nesse sector mesmo num governo que não fosse da Frelimo.
É que José Pacheco tem uma irresponsabilidade que lhe compromete para com a polícia: Montepuez e Mocimboa da Praia. Portanto, há gente da PRM que ele não pode mexer, enquanto que até aqui sabemos que Felício Zacarias é íntegro para aquele sector. Ele podia limpar a casa sem medo de ninguém.
Como sempre, o povo perdeu.
O problema e' que ha' muitos interesses obscuros por ai solta. Veja a noticia publicada hoje que camioes com carga excessiva sao retidos e apos um telefonema dos motoristas, os chefes da policia ligam aos seus subditos a deixarem-nos prosseguir. Ou o dono do MBS que anda com carros sem matricula e ao ser interpelado, faz o mesmo. Portanto um minstro do interior forte nunca foi desejado.
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