Há cerca de 2 anos li algures que o MCT-Ministério da Ciência e Tecnologia estava a ministrar cursos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC’s) primeiro aos membros do Conselho de Ministros e depois aos Governadores Provinciais.
Pus-me então a pensar, até que ponto a blogosfera fará parte da “rotina” dos nossos veneráveis dirigentes? Um comentário recente feito pelo Jorge Saiete e Bayano Valy aqui , impulsionou-me a fazer este “post” e analisarmos em conjunto este assunto.
O facto é que aqui na blogosfera, o “free speech” é o “modus vivendi” e se o fizermos de forma responsável, pautando sempre pelo respeito mútuo e honestidade nas nossas análises e comentários, como tem estado a acontecer, o país e a sua classe governante só tem a beneficiar desse movimento de pensantes a operar em “full speed”! Verdade seja dita, quando à mente humana é dado “free space to ride” o potencial desta “ferramenta” (blogosfera) torna-se mesmo enorme, o que nos pode conduzir para um horizonte cada vez mais progressivo! Porém, o inverso pode também ser válido e ocorrer! É por essa razão que nós próprios é que temos que estar atentos e ser os guardiões para que a ética e a moral sejam sempre salvaguardadas no exercício das nossas actividades.
Alguns governos repressivos como a China, cientes dessa realidade (debate de ideias) tem tentado inclusive criar mecanismos de controlo da actividade nesta esfera, por meio de um batalhão inteiro (cerca de 50.000) de “polícias da internet”. Estes factos mostram-nos claramente que, "Sim, a blogosfera pode muito bem ser considerada como carne tenra para os crocodilos"!
No nosso caso tem se verificado contribuições interessantes, pese embora, a percentagem dos que as fazem no anonimato seja, eu diria, ainda superior a 50%. Eu não me admiraria (e ficaria satisfeito) que parte dessas intervenções eloquentes que temos estado a observar, fossem dos nossos veneráveis dirigentes!
Esta questão do “anonimato” tem sido largamente discutida e, como tenho estado a advogar, temos que ser pragmáticos na sua análise! Ainda não há condições de o fazermos, atendendo o nosso passado recente, o ainda fraco exercício de cidadania, a extrema dependência dos nossos postos de trabalho num país onde o Estado é o maior empregador, e fundamentalmente, o facto de ter uma ideia diferente da do “sistema” poder potencialmente significar que “você não é dos nossos”!
Todos devem estar a acompanhar a publicação recente do escandaloso livro de Scott McClellan, antigo Secretário de Imprensa da Administração de George Bush com revelações bombásticas e que nesta semana de seu lançamento disparou para a primeira posição no mundialmente conhecido site “Amazon”. A minha percepção é que a blogosfera e o seu debate aberto de ideias é um instrumento que vai permitir encurtar significativamente a distância para que eventos do género comecem a acontecer cá entre nós (e ninguém deve ter medo disso), comparativamente ao período que em condições “naturais” iriam ocorrer.
Pus-me então a pensar, até que ponto a blogosfera fará parte da “rotina” dos nossos veneráveis dirigentes? Um comentário recente feito pelo Jorge Saiete e Bayano Valy aqui , impulsionou-me a fazer este “post” e analisarmos em conjunto este assunto.
O facto é que aqui na blogosfera, o “free speech” é o “modus vivendi” e se o fizermos de forma responsável, pautando sempre pelo respeito mútuo e honestidade nas nossas análises e comentários, como tem estado a acontecer, o país e a sua classe governante só tem a beneficiar desse movimento de pensantes a operar em “full speed”! Verdade seja dita, quando à mente humana é dado “free space to ride” o potencial desta “ferramenta” (blogosfera) torna-se mesmo enorme, o que nos pode conduzir para um horizonte cada vez mais progressivo! Porém, o inverso pode também ser válido e ocorrer! É por essa razão que nós próprios é que temos que estar atentos e ser os guardiões para que a ética e a moral sejam sempre salvaguardadas no exercício das nossas actividades.
Alguns governos repressivos como a China, cientes dessa realidade (debate de ideias) tem tentado inclusive criar mecanismos de controlo da actividade nesta esfera, por meio de um batalhão inteiro (cerca de 50.000) de “polícias da internet”. Estes factos mostram-nos claramente que, "Sim, a blogosfera pode muito bem ser considerada como carne tenra para os crocodilos"!
No nosso caso tem se verificado contribuições interessantes, pese embora, a percentagem dos que as fazem no anonimato seja, eu diria, ainda superior a 50%. Eu não me admiraria (e ficaria satisfeito) que parte dessas intervenções eloquentes que temos estado a observar, fossem dos nossos veneráveis dirigentes!
Esta questão do “anonimato” tem sido largamente discutida e, como tenho estado a advogar, temos que ser pragmáticos na sua análise! Ainda não há condições de o fazermos, atendendo o nosso passado recente, o ainda fraco exercício de cidadania, a extrema dependência dos nossos postos de trabalho num país onde o Estado é o maior empregador, e fundamentalmente, o facto de ter uma ideia diferente da do “sistema” poder potencialmente significar que “você não é dos nossos”!
Todos devem estar a acompanhar a publicação recente do escandaloso livro de Scott McClellan, antigo Secretário de Imprensa da Administração de George Bush com revelações bombásticas e que nesta semana de seu lançamento disparou para a primeira posição no mundialmente conhecido site “Amazon”. A minha percepção é que a blogosfera e o seu debate aberto de ideias é um instrumento que vai permitir encurtar significativamente a distância para que eventos do género comecem a acontecer cá entre nós (e ninguém deve ter medo disso), comparativamente ao período que em condições “naturais” iriam ocorrer.
Mas é isso gente! Os nossos “big-boss” precisam fazer desta, a sua praça obrigatória e seria salutar que isso já estivesse a acontecer, porque é aqui que estão a ser forjados os ideais da grande nação que pretendemos que seja este nosso Moçambique!
Whisper in the Closet: Imaginem que um dos comentaristas anónimos assíduos da blogosfera moçambicana seja o nosso Presidente!
17 comentários:
Jonathan,
apesar de algumas quedas que temos tido, não há duvida que a liberdade de expressão em Moçambique está a florescer. Em algum momento eu compreendo os que comentam como anonimos, porque podem, muitos deles serem (como bem o disseste) dirigentes de alto nível que pelos blogs passam para beber as nossas ideias e conhecer nossas inquientações. Contudo há um outro grupo de anónimos que, amarrados pelo medo (de sei lá o quê) agem de uma forma cobarde e esquisita. Tenho acompanhado alguns debates radiofonicos e televisivos e sempre fico surpreso com o mundo de anónimos que ligam, muitos até dizem coisas inofensivas e extremamente uteis, mas porque andam com medo das proprias sombras escondem-se.
Jorge!
Teras afirmado que "descobriste que muitas policymakers andam aqui pela blogosfera". O que sustenta essa tua constatacao? Just wondering.....
Seria muito bom se os nossos dirigentes podessem ver e sentir o que nós escrevemos e sentimos.
Infelizmente, verdade seja dita, somos uns privilegiados por disfrutarmos desta ferramenta. Por outro lado isso é bom, porque aproveitamo-nos desse privilégio para fazer ouvir não só a nossa voz como a voz dos que não tem voz.
Vejo na blogsfera, no que se refere ao assunto em debate, uma oportunidade para que os dirigentes saibam o que lhes queremos dizer quando somos barrados pelas secretarias, burocracia e tudo o mais que pulula nos gabinetes e faz com que, aos nossos olhos, vejamos ou sintamos que os dirigentes nada fazem!
E' realmente isso! Um processo de aprendizagem continua e debate franco de ideias que deve ser aproveitado e valorizado por todos!
Todos estamos aqui pelo bem de Mocambique e, como diz o adagio popular, "e' falando que nos entendemos"...no matter the differences!
jonathan,
esta é mesma dirigida. levantas questões pertinentes. para mim são três pontos importantes que levantas: liberdade de expressão responsável, censura e anonimato. acho que cada um desses pontos pode encher páginas e páginas. é tanta e grande a discussão. eu sempre disse que o juri anda por aí.
o caso da china ultrapassa qualquer imaginação. colocar um firewalll em toda a área cibernaútica chinesa é um feito de outro mundo. mas isso não importa porque as pessoas encontram outras formas de colocarem as suas ideias. o anonimato é sempre uma questão bicuda. mas a pergunta que me ocorre neste momento é: porquê é que um dirigente não levantaria as suas questões em foro próprio e sem capas? diz-me alguém muito chegado à mim e ao establishment que o presidente é uma pessoa que gosta de discutir questões. se assim o é porquê continuamos a ver um governo a implementar políticas populistas e sem coerência? onde andam esses dirigentes anónimos?
bom fim de semana
Caro Bayano!
Fazes umas perguntas bem "batata-quentes"! Eu acho que dentro da cupula governativa tem que comecar a surgir um certo, nao diria bem "inconformismo", mas uma postura que desafie o "comodismo", o "esta' tudo bem-ismo"!
Sabemos que alguns lideres carismaticos que tinham comecado a evidenciar essa tipo de atitude, misteriosamente, ja' nao estao entre nos. Falo por exemplo de Sebastiao Mabote, Rafael Maguni, so para citar alguns! Sera' que isso poderia explicar o provavel "anonimato" dos nossos big-boss mesmo aqui na blogosfera??
Acho que um "feedback" dos nossos "big-boss" (mesmo que no anonimato) seria uma grande ajuda para sabermos "where do they stand"!
Voce provoca hein, Jonathan! E ai dirigentes, respondam-nos, mesmo no anonimato
caro jonathan,
costuma-se dizer que os dirigentes que se opõem ao comodismo são os que sabem que chegaram até onde chegaram como fruto do seu suor e sacrifício, ie, trabalhando. ora, deve existir muitos que sabem que estão onde estão em função das suas altas vozes bajuladoras e pouca ou talvez nenhuma substância. o que se lhes oferece a não ser continuarem a cantar em falseto? julgo que as pessoas com ideias próprias não temem nada. se hoje perdem o posto com as suas benesses de certeza irão encontrar algo para fazer amanhã.
E' um facto que muita gente ve o "partido" (no poder) como um meio de sobrevivencia e sustentacao, quando deveria ser o contrario. Iremos conviver com essa multidao ate que, neste pais, se comece a valorizar a capacidade profissional e competencia como criterios de elegibilidade para cargos publicos!
E depois existe uma maneira de deter o poder efectivo/absoluto, eu diria ate', uma "ditadura soft", daquelas bem matreiras: e' nomear individuos que nao sao da area! Ai o "galo" e' que canta o seu "cocoricoo" e tudo o mundo se poe a dancar, sem qualquer contestacao! Enganam-se os que acham que esse tipo de governacao produz resultados! Podemos esperar pra ver.......
caro jonathan e demais, esta reflexão é oportuna e útil. traz à minha memória alguns debates quentes que tivemos na nossa blogosfera a propósito da qualidade da crítica. continua válido o que defendia nesses debates, nomeadamente que precisamos de insistir numa crítica honesta, objectiva e constructiva. os governantes não precisam de adoptar as nossas posições, pois nós também não somos detentores da verdade. precisam apenas de estar atentos às várias sensibilidades que existem sobre os problemas. penso que o anonimato, quando usado para intervir de forma honesta e crítica, não é problema. é apenas problema quando, e como tem infelizmente acontecido, é usado para insultar.
Caro Elisio,
E' bom te-lo aqui e devo, essencialmente, concordar com o que referes. Devo apenas notar que, a nossa blogosfera tem pautado ultimamente por um alto nivel de civismo e respeito mutuo! Nao sei se estou um bocado miope....
Miopes não estas. Eu penso que as vezes o nosso "bichinho" sai do controlo e vai por ai falando(escrevendo" besteiras. Nessas ocasioes, nossa intelectualidade e posta de parte e saimos por ai usando o lado bruto da nossa humanidade. As vezes nos desentendemos. Comentário vem com sabor "pessoal e azedo". Nao se distingue a pessoa da ideia. Uma das grandes fontes desses "dissabores" são nossas convicções politico partidárias. Se defendo uma certa posição que parece aliada a esse ou aquele partido politico pronto... "pedras por cima de mim" como se eu nem tivesse o direito de ser deste ou daquele partido. Enfim eu penso que duma maneira geral "a nossa blogosfera tem pautado ultimamente por um alto nivel de civismo e respeito mutuo"
Sempre fiquei e ficarei a pensar sobre este post e o comentário do Jorge Saiete no seu blog quanto ao passeio dos "decision-makers" pelos blogs. Se isto passasse a ser hábito para a sua maioria, acredito que as surpresas que se manifestam quando há levantamentos populares, manifestacões xenófobas, derrotas aos tiranos deixariam de existir. Só vejamos, a situacão do Zimbabwe era discutida e bem prevista por simples cidadãos em foruns como o de imensis desde 2002, mas só agora é que parece que Joaquim Chissano por exemplo, é que se apercebe dela na sua profundidade. Não será por confiar apenas dos seus assessores?
Reflectindo,
Eu tenho a triste percepcao que, os lideres africanos nem sequer leem livro algum! Tudo o que fazem e' mesmo as apalpadelas! Enquanto os outros desenvolveram a aprender dos outros, o africano esta' apenas preocupado em roubar e enriquecer! O povo, coitadinho, esse nunca faz parte da sua agenda. Mas a percepcao q tenho e' Africa ja' esta' cansada da atitude egoista dos seus "libertadores"! Que nao haja duvidas: este continente vai mudar radicalmente nos proximos 10 a 20 anos!
Blogosfera, politicosfea, gvernosfera e partidosfera (se assim pudermos chamar) ainda não se ligaram devidamnte, havendo apenas zonas sombrias no meio do caminho.
Talvés isso dva-sea facto de apenas um pequena elitosfera critca e academica ter acesso à blogosfera.
A políticosfera e a governosfera prestam mais atenção às opiniões da povosfera uma vez que o nosso País esta sempre em alguma eleição.
Mas o que eu noto é que há cada vez mais decision-makers aderido a certos bogues para buscarem informação, pese embora a particpação dos mesmos n blogofera continue praticamente fraca.
Basilio Muhate,
Concordo plenamente contigo e fazes um excelente incursao pela "pluro"-sfera! Vamos la' se os nossos big-bosses comecam a participar aqui aguerridamente, ja' nao existe uma plataforma de debate entre os varios estratos da nossa sociedade.
Abraco
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