23 fevereiro 2009

Desorganização e Irresponsabilidade do MCT é uma Vergonha Nacional!!

Há pouco mais de um ano, fiquei surpreso e considerei ter havido “injustiça” numa avaliação efectuada por um orgão de comunicação (penso ter sido o “Savana”) ao desempenho dos nossos ministros! A surpresa deveu-se à “cotação mediana” (com tendência a “baixa”) dada ao Ministro da Ciência e Tecnologia, quando somos “bombardeados”, com uma frequência quase que estonteante, com “iniciativas” de vária ordem, referentes tanto à transferência de tecnologias, implantação de indústrias inovadoras, promoção de investigação e pesquisa através de parcerias com outros governos e organismos internacionais, sem descurar a “oferta” de bolsas de estudo, mormente para o ensino superior, em universidades de várias partes do mundo, coisa que até um passado recente, circulava apenas debaixo de tapetes, em círculos restritos de uma elite previlegiada (não nos vamos aqui debruçar sobre “casos específicos”)!

Por essa e outras razões, achei na altura que a avaliação feita àquele Ministério e seu Ministro tivesse sido “enviesada”!

No entanto, elementos “novos” continuam a fazer-se à superfície e nos permitem refinar e actualizar a nossa percepção das coisas!

Conforme uma citação de Forest Whitaker (James Leonard Farmer, Jr.) no filme “The Great Debaters”: “Education is our only way out of darkness”, ou seja, “A Educacao é a nossa única alternativa para sairmos da escuridão” (leia-se pobreza, subdesenvolvimento, falta de alimentos, iliteração, cidadania adormecida, etc)!

Numa altura em que o nosso “Sistema de Educação”, está a atravessar um período difícil, desde as chamadas “passagens automáticas” no ensino primário, sem aquilo que se chama de “oversight” e sem garantia mínima que os conteúdos programáticos sejam alcançados, a correria para a “integração regional” sem olhar para a nossa realidade que culminou primeiro, com o desastre das “escolhas múltiplas e respectivas correcções automáticas” no ensino secundário e agora com a correria para se pôr os burros à frente da carroça e se avançar com a bastante infamosa “reforma curricular” do ensino superior, não haja dúvidas que estamos em presença de acções concertadas (conscientes ou não) conducentes à infalível implosão do nosso “sistema de educação”!

Conforme é sabido, o presidente José Inácio Lula da Silva, numa das suas “tournees” por África, prometeu investir e apoiar com seriedade os esforços educacionais e de pesquisa neste continente, através da concessão de bolsas de Mestrado e Doutoramento a serem realizados em Universidades Brasileiras! O primeiro lote de aproximadamente meia centena, das agora cognominadas “Bolsas Pró-Africa” e, apurado por “concurso público”, se deslocou àquele país no ano passado e está actualmente a realizar a sua Pós-Graduação!

Dando seguimento a esse processo, os resultados para os cursos a iniciar este ano deveriam ter sido publicados em meados de Dezembro do ano passado! Para mostrar que eu (e não o “Jornal Savana”) estava completamente equivocado em relação àquela avaliação anteriormente referida, o MCT publicou a lista dos seleccionados apenas nos finais da semana passada (mais de 2 meses depois da data inicialmente prevista), quando já passa uma semana do inicio das aulas na maioria das Universidades Brasileiras e atendendo que existe obrigatoriedade desses estudantes se apresentarem nas suas Faculdades não mais tarde que na primeira semana de Março, sob risco de lhes serem canceladas as vagas!! Estamos a falar de indivíduos que, independentemente do que estejam a fazer, têem que tomar decisões, em tempo recorde, que vão alterar as suas vidas nos próximos anos! Se alguém está empregado, tem uma semana para se entender com o seu empregador! Se alguém é “mukhuerista” com encomenda já feita, tem que se apressar a fazer a mercadoria transpôr a fronteira! Quem acabou de alugar um apartamento, tem que encontrar consenso com o seu locador e arranjar espaço para armazenar as suas bugigangas!! E a lista continua………..”You name it”!

Como “cereja no topo do bolo”, o indivíduo responsável no Ministério por esse dossier, que deveria neste momento auxiliar esses candidatos no extenso “desembaraço burocrático” que se segue, se encontra de férias e praticamente ninguém à altura fora indicado para o substituir!! Como neste país, nada nos aflige, nada nos alarma (e actualmente, o “Estado da Nação é bom”) e, para coroar todas essas “mazelas” com um sofisticado carimbo “Made in Mozambique”, os candidatos apurados são obrigados, e só agora informados, a pagar as suas respectivas passagens para aquele país da América Latina!! Estamos a falar da época mais concorrida do ano, “high season” das viagens àquele país, por causa do Carnaval e o nosso Governo, personificado na pessoa (passe a tautologia) do sr. Ministro da Ciência e Tecnologia, acha que de hoje para hoje, aqueles candidatos devem desembolsar sei lá, 1500 a 2000 USD, para custear as suas passagens, ir estudar, para mais tarde voltar e constituir o exército que vai ajudar a tirar esta nação do estado em que se encontra!! Como era de esperar (e parece ser essa a vontade do MCT), o prospecto de desistência da maior parte dos candidatos seleccionados começa a agudizar-se!

Desculpem-me lá, caros compatriotas!! Isto extravasa todos os limites do que se pode imaginar tolerável! Esta desorganização e irresponsabilidade do MCT é uma tragédia e uma vergonha nacional!!

É certo que na “indústria de filantropia”, um conceito comum é aquele descrito como “Matching Funds”, ou seja, a contribuição do beneficiário, não só para a valorização do investimento feito, mas essencialmente para que este se sinta como “parte contribuinte” do processo! Nesse contexto, urge que o MCT venha a público esclarecer qual é a sua cota parte nesta iniciativa de “boa vontade” dos Brasileiros!! Se essa “contribuição” se restringe apenas a “procedimentos administrativos” (no processo de selecção) ou se não estamos aqui em presença de um exemplo clássico de “delegação de responsabilidades”, da forma mais inapropriada e cruel que pode haver memória?

Quando nós pagamos quase 50% dos nossos rendimentos em impostos (20% IRPS, 17% IVA, 7% INSS), esse dinheiro é nossa contribuição para as nossas “causas comuns”, sendo a “Educação” uma das suas principais componentes!! Esse dinheiro não é para comprar Mercedes-Benz para o Ministro (principalmente quando este nada trabalha), bonés, bandeiras e camisetes para o partido, etc. Não há justificação possível que sustente a ideia que o Governo da República de Moçambique não tenha 50.000 USD para pagar as passagens desses estudantes, cujo retorno (de investimento) ao país será sem sombra de dúvidas, na ordem dos “milhares” (senão mais), em termos de grandeza!

Sr. Ministro, não é “marketing” e uma “estratégia aguerrida de comunicação” que lhe vão garantir um bom desempenho governativo! Mostre serviço resolvendo os problemas do dia-a-dia, que vão ter impacto na vida prática dos moçambicanos e contribuir para o desenvolvimento deste país!! Faça-o de preferência “calado” e em “silêncio”!! As suas boas acções serão sempre reconhecidas e valorizadas!! Esta, de certeza, não é uma delas............

E, numa semana em que acaba de ser lançada a “Academia de Ciências de Moçambique”, cujo patrono é Sua Excia. o Presidente da República, uma pergunta que apoquenta esta nação é, se o nosso dignatário dirigente está ao corrente destes desmandos e ataques desenfreados aos nossos interesses nacionais!?!


"Se os teus projectos forem para um ano, semeia o grão. Se forem para dez anos, planta uma árvore. Se forem para cem anos, instrui o povo."

Provérbio chinês

19 fevereiro 2009

O que "apoquenta" o amigo Jafar Buana?!?



Após a publicação do Vamos ter um “quinto poder”?” nas edições do Jornal Notícias da semana passada, me pus aqui a “contar carneiros” a ver se “extraía o caldo” da série do nosso reputado jornalista Jafar Buana!

Não faço ideia até quantos carneiros contei, mas de facto, porque muitos, perdi a conta!


A referida série surgiu poucos dias após um debate havido no cantinho do Bayano aquando dos “15 anos do Savana”, em que foi abordada a “relutância” dos nossos média formais em abraçarem as potencialidades tecnológicas disponíveis e começarem a transitar para esta outra forma e outro nível de comunicação interactiva que, haja certeza, é irreversível e veio mesmo para ficar!!


O artigo do Jafar Buana surge talvez como um “alerta” aos nossos meios de comunicação e não só, pela desatenção em que se têem deixado levar, talvez por constatação do autor, do que tem estado a decorrer pela “Blogsfera Moçambicana” a fora e do potencial enorme que esta máquina dispõe para comunicar, informar, partilhar e debater ideias!


Mas entender o artigo do amigo Jafar Buana não é tarefa fácil!! À primeira vista, a palavra “todo o terreno” é, sem sombra de dúvidas, “plágio”! Plágio na “blogosfera moçambicana” parece ser um assunto que não deixa o nosso amigo Buana dormir descansado! Este “elemento” particular da série, devo reconhecer, colheu-me de surpresa! Não quero de forma alguma pôr a “mão no fogo” pelos bloguistas moçambicanos no que concerne a esta temática! Há “plágio”?? Certamente que há! É problema grave?? Não é!! Acho que não, porque quem acompanha a maior parte dos “blogues moçambicanos”, deve com certeza, ficar surpreso com o rigor académico que as “gentes” têem tido ao citar as suas fontes!! As pessoas vão ao detalhe de indicar inclusive onde obtiveram fotos ou imagens quaisquer!! Esse exercício é extremamente simples porque a ferramenta dos “links” nos dá facilidades que os “média da escrita” (papel) ainda não tem disponível! Quando um bloguista encontra um texto interessante e sente a necessidade de partilha-lo com os indivíduos do seu “círculo”, publica-o no seu “blog” e fá-lo muitas vezes sem solicitar a prévia autorização do seu autor!! Não estou a ver alguém, ao contrário de alguns escribas da praça que vem fazer cábulas aqui na blogsfera, a copiar um texto de “sicrano” e indicar no seu blog que ele é que é o seu autor, quando sabe que não tem “sentinelas” a guarnecer e controlar quem a ele acede!! Como referi, indicar um “link” não é actividade de outra galáxia e quando o autor vê o seu texto publicado noutro local, sente mais nada, senão “satisfação”!! Satisfação por ver a sua mensagem “apreciada” e difundida “gratuitamente”!! Por isso, ao citar insistentemente “plágio” na sua série, o Jafar Buana pareceu-me estar a querer ser “mais Papista que o próprio Papa”!


Outro “elemento” que ressalta do referido artigo e que tende a parecer um dos seus “epicentros” é uma espécie da “revisão bibliográfica” das novas tecnologias de comunicação existentes e que estão a ganhar um rápido espaço no contexto da indústria de informação! Na sua lista, o Jafar Buana não se esqueceu de mencionar o “Yo-tube” (com a azáfama do dia de São Valentim, o “U” deve ter estado numa batalha campal para conseguir um presente para a namorada “You”)!


Mas, se pudessemos medir a energia absorvida pelas teclas do computador do nosso amigo Buana, como medida de avaliação do seu grau de importância, iríamos notar que elas levaram “boa porrada” quando a matéria em questão era a “censura, controlo e responsabilização” no seio da blogsfera!! A minha percepção de “pacato cidadão” me faz crer que este é que é o assunto que faz correr o Jafar Buana!! O Jafar Buana mostra-se bastante “lixado” com a liberdade que aqui temos em escolher temas e debaté-los ao nosso bel prazer!! De certo modo, isso é perceptível!! “Deve de ser” realmente frustrante para um profissional que desde que abraçou a sua carreira e em cada artigo que escreve, deve passar antes da sua publicação por um “sector” em que alguém avalia “se o galo vai gostar ou não” dele!! Hoje em dia, a interface entre as várias plataformas de comunicação (internet, telefonia móvel, televisão, etc) estão a tornar-se cada vez mais íntimas, mas os “nervos” do Jafar Buana levaram-no ao ponto de fazer uma autêntica salada russa entre “sms’s e blogues” e imputar a responsabilidade a estes meios de comunicação como os principais “veículos” por detrás do “5 de Fevereiro de 2008”!! Aqui eu deixei de ter dúvidas que a visão do Jafar Buana em relação a blogsfera seja “muito pouco abonatória”! A blogosfera passou, no entender do Buana, a fazer parte dos meios “perigosos” e que deve, com a urgência “de ontem”, ser controlada! Deve ser controlada porque, quando os “Departamentos de Censura” dos nossos meios de comunicação escrita, radiofónica e de televisão estavam a funcionar a “todo o gás”, libertando apenas telenovelas, música “pandza e dzukuta” e crónicas que não lembram o diabo, enquanto a capital do país estava a viver um evento de que a nossa história não tem registo, alguns blogues, com especial realce para o “Diário de um Sociólogo”, assumiram a tarefa de garantir um dos nossos direitos constitucionais (Artigo 48 – Liberdades de Expressão e de Informação), não só ao país, mas também aos moçambicanos que com o seu saber e destreza, elevam o nome desta pátria pelo mundo a fora!!


Essa é de facto, uma questão muito preocupante, amigo Buana!!


Nesse contexto, o que poderemos fazer para agradá-lo, amigo Jafar Buana?? Criamos uma “Polícia de Internet”?? O amigo Buana aceitaria gerir o “Departamento de Plágios”?? Ficaríamos quites??

17 fevereiro 2009

“Parar o Vento com as Mãos” – Quando em Caso Inédito da nossa Incipiente Democracia, a Formação de um Partido Político gera Contestação!!!

O país ainda não se refez do choque tremendo que foi o recente afastamento dos dois melhores Autarcas, pelas suas respectivas formações políticas! Falo-vos dos conhecidos casos de Eneias Comiche em Maputo e Deviz Simango, na Beira!! Se essas decisões catastróficas “esfaquearam” aquilo que é nosso entendimento de uma “boa governação”, nós a sociedade civil somos os únicos capazes de mudar o curso dessa situação, especialmente quando essas “elites partidárias” insistem (mentem) que estejam a fazer a nossa vontade!!!

Os “espinhos” que vão na mente e na alma deste povo se quebraram e um movimento expontâneo de cidadania se levantou e mostrou que mudar o “curso do rio” é algo possível e que só depende de nós!! Nessa altura, os “acomodados” e a sua “academia” se debruçaram em teorias de todo o tipo, recorreram a “evidências históricas” da mais variada gama e esgrimiram todo o tipo de argumentos para “provar” que nunca seria possível vencer, fora de uma “plataforma partidária”! O termo correcto usado na altura foi “chupeta partidária” porque os “detractores” dessa iniciativa de cidadania e democracia, assentavam a sua abordagem num contexto que não fugia muito de “caricatura”!!!

Num “movimento de génio” que já estava a tardar e, porque já não é possivel coabitar com a “Oposição Retrógrada”, decidiu-se avançar com a criação de um “Novo Partido Político” alicerçado nas forças vivas da sociedade e que se assente em princípios de democracia, comprometido com a instalação de um Estado verdadeiramente de Direito e que respeite as nossas liberdades individuais e colectivas!!

E não é justo e todos sabemos (não tarda que quem não saiba, fique a saber) que o que está em jogo não é o prospecto da extrapolação do “Movimento da Beira” à escala nacional!! Essa ânsia de mudança existe e já está enraizada neste povo, faz tempo!! A única coisa que sempre faltou foram “alternativas políticas credíveis”!!

E os “sinos de emergência” começaram a tocar de forma não prevista e bastante ensurdecedora!! Num movimento sem precedentes e numa nação com mais de 500 partidos políticos (o exagero aqui é propositado), a criação de um novo partido político está a ver contestação, sob as mais variadas formas!! Não há memória (e aqui peço que os leitores me elucidem) que a formação de um PARTONAMO, PAREDE, PARENA, PADELIMO, PANAOC, PANADE, PADRES, PUMILD, etc, tenha merecido a menção ou comentário de quem quer que seja!! Então, porquê agora?? (Não haverá gato, aqui!?!!)

Se as verdades começam por ser “caricaturadas”, a fase seguinte é serem “fortemente combatidas”!! É isto que estamos a observar, neste momento!! A minha intuição mostra que os anteriores “detractores” de Daviz Simango, os tais que diziam que ele nunca iria vencer e que recentemente festejaram com o “virtual” desaparecimento da Oposição, cientes que teriam um período à frente de relativo “descanso político”, se vêm confrontados com um movimento que pouco podem controlar ou prever, mas que percebem que “num click” pode mudar a realidade política desta nação a sério!!

Os “detractores” estão com medo, muito medo!! E posso garantir que têem razões quanto baste para que se sintam assim!! A realidade é mesmo essa!!

“You’re dealing with an unstoppable train!! Não é possível travar o vento com as mãos"!!


Um dos argumentos ora lançado pelos “detractores” foi que o novo partido não é boa ideia porque se estaria a promover a “eliminação do político em detrimento do tecnocrata”!! Mas é exactamente isso que muitos sectores da economia desta nação precisam!! Trevor Manuel referiu há dias que a competência deve ser valorizada à fidelidade e confiança políticas!! Se não conseguimos produzir tomate e repolho para o nosso auto-sustento, melhor indicar alguém que entenda de “agricultura comercial” e “desenvolvimento agrário” em vez de um “sindicalista”!! Se não existe plano ou entendimento algum de infra-estruturas públicas e desenvolvimento de política habitacional, experimente indicar alguém que entenda do sector para ver se não fará melhor figura que um “agrónomo” ou uma “psicóloga”!! Vamos deixar os políticos “aquecerem o banco” um bocado e beberem água, enquanto descansam, para vermos como irá mudar o curso do jogo!! Já os tivemos quanto basta e continuamos a andar aos círculos! É altura de mostrar serviço palpável e não folclórico! É altura de produzir! É altura de construir!! É altura de saber fazer!!

Outro argumento “fantástico” e discutido ferverosamente no “Reflectindo” é que se “deve ter calma”!! Eu digo que NÃO!! O que se deve ter é PRESSA!! Este partido já deveria estar legalmente constituido “ONTEM”!! Aqui não há tempo a perder, porque este povo já está cansado de esperar!! Se alguém tem dúvidas do que estou a referir, então nada perde em esperar!!! Como bem referem, o tempo até lá é mesmo curto, pois não?!?

Concorrer nas eleições deste ano será uma “WIN-WIN situation”!! Só se tem a ganhar porque o partido vai lançar a sua chama pelo país inteiro!! Não em jeito de “aquecimento”, mas para vencer e vencer a valer!! Só se tem a ganhar, porque a “máquina de desastabilização” não sabe ainda por que pontas se agarrar!! Só se tem a ganhar porque, com a “fertilidade de terreno político existente”, o povo está a espera e essas sementes que forem lançadas não terão outra hipótese senão germinarem e darem frutos suculentos e saborosos!!

E, não se vence com “muito dinheiro”!! Vence-se com um movimento assentado em “grassroots”, em campanhas “porta-a-porta” nos vários círculos eleitorais, com envolvimento desta juventude sedenta de mudanças!! Vence-se com um movimento que seja representativo dos vários extractos da sociedade, das várias regiões do país e que promova a excelência e a competência!! Há muita gente alienada neste país e na diáspora, que não vê a hora em contribuir com o seu zelo e saber para o engrandecimento desta pátria!! Os combatentes e guerrilheiros já fizeram a sua parte por esta nação!! Este é o momento de passar a “tocha” a um novo tipo de liderança, que não governe este país com um sentido de “propriedade” ou pensando que nós, o povo, lhes devemos algo!! Novo tipo de liderança comprometida com os desafios do progresso e do desenvolvimento deste Moçambique, nossa Pérola do Indico!! É momento de intelecto, empenho, pouco blá blá e muita acção!!

Vence-se com um movimento que, imbuído pelo apoio e suporte das forças vivas da sociedade, se predisponha a agir como entidade por ela “contratada” para gerir e administratar as nossas causas comuns, “our common enterprise” (e não o contrário)!!

Como tenho referido em várias das minhas postagens, os governos africanos padecem de um problema grave que é a “falta de legitimidade" conferida pelos seus povos!! Esses dirigentes sabem-no perfeitamente e que muitas vezes vencem, não porque os seus povos os escolhem, mas por razões que se prendem com a partidarização, das unhas até aos dentes, de todas as “Instituições Democráticas”!! Nesse cenário, fica difícil trabalhar para aquele que sabemos que não vota “em nós”!! Esses viram os “nossos inimigos”, passando a actividade principal a ser a concentração de riqueza ilícita para nós, nossos vassalos e demais parasitas associados!! Chegamos ainda ao cúmulo em que, mesmo aqueles que continuam a ser a “nossa massa eleitoral fidedigna”, com excepção de uma minoria restricta, não vejam os resultados da governação do dia, na realidade prática das suas vidas (Gaza que o diga)!!

Então, pra quê insistir com a mesma tecla??? Tem que haver uma razão!! Será que os especuladores poderão chamar isso de tribalismo?? (Se notarmos que grande parte, senão a totalidade dos “detractores” do novo partido sejam da região Sul, até que poderiam ter um “caso forte” a apresentar).

Que venha o novo partido!! Que venha uma lufada de ar fresco!!
“Que venhaaaa ahha, Que venhaaa”!!

P.S – Espero que a sigla desse partido não esteja cheia de PA’s, DE’s, MO’s e Companhia Limitada!! Que se adopte uma sigla “simples” como a das novas faces partidárias da SADC, casos do ANC, MDC, etc!! Que o novo partido se chame “MDM” (já que tudo se move ao ritmo da “integração regional” mesmo….)!!

15 fevereiro 2009

Ria ao Domingo VIII

Quando já não se quer uma mulher!!!!!

Uma mulher foi presa por roubar no supermercado.
Quando estava no tribunal, o juiz perguntou-lhe:
- O que é que a senhora roubou?

Ela respondeu:
- Uma (1) lata pequena de pêssegos.

O juiz perguntou-lhe o motivo do roubo, e ela respondeu:
- Porque estava com fome.

O juiz então perguntou à senhora quantos pêssegos tinha a lata.
- Tinha 6 pêssegos.

O juiz então disse:
- Vou mandar prendê-la por 6 dias! Um (1) dia por cada pêssego.

Mas antes que o juiz pudesse terminar a sentença, o marido dela perguntou se poderia ter uma palavra com o juiz sobre o acontecido......

O Juiz disse que sim, e perguntou o que queria ele dizer.

Então o marido disse:
- Ela também roubou uma lata de ervilhas........

09 fevereiro 2009

Tomando um “copito” com o Reitor da U.E.M!!

Li uma entrevista sua, “Magnífico Reitor”, por alturas em que foi anunciada e começou veementemente a ser contestada a possibilidade da sua nomeação para o cargo de Reitor da nossa maior e mais antiga universidade! Não vamos entrar aqui em discussão se um indivíduo sem “tradição” numa determinada instituição académica possa ser elegível para a administrar, se “confiança política” seja um argumento aceitável nestes casos ou se o Magnifico Reitor tenha “what it takes” para ajuizar e gerir essa instituição zelosamente, contribuindo não só para o seu desenvolvimento, como também para o do país em geral!

Dessa entrevista, me vem à mente um excerto que se referia à sua forte oposição àlgumas decisões do nosso falecido Presidente Samora Machel e que, mesmo quando este as rejeitasse , mais tarde o chamava em privado para apurar devidamente as suas ideias! E nessa altura, inclusive lhe perguntava se queria beber uma cerveja…..! Por isso, hoje aqui teremos uma cerveja “à nossa maneira” e por causa das “romarias” habituais de fim de semana à Costa do Sol, comeremos “magumba” e “xima” (a seco)!

Conforme disse Mikhail Bakunin: “Se você pegar no mais ardente dos revolucionários, e der poder absoluto a ele, dentro de um ano ele será pior do que o próprio czar”. Vindo de um anarquista, como o foi Bakunin e, perante a situação que estamos agora a enfrentar, esta citação fala “volumes”! É isso “Magnífico”: Samora, mesmo se opondo às suas ideias, lhe dava espaço para as expôr, para juntos as debater e tirarem o seu “suco” com a devida honestidade e franqueza, mas o sr. neste momento em que acaba de tomar uma decisão que se adivinha desastrosa para os interesses nacionais, rejeita qualquer espécie de diálogo e afirma peremptoriamente que a anunciada “reforma curricular” é “irreversivel” (wow)!!!

Se o “Magnifico” está mesmo convicto que as suas decisões são “acertadas”, de que exactamente teme?? Porquê foge ao diálogo?? Vamos lá confrontar os argumentos e posições abertamente e convença-nos que o que defende é “correcto”!! Isso é o mínimo que esta sociedade espera de si!!

Quando o seu único argumento a defender esta decisão desastrosa é que “Nós vamos fazer aquilo que é bom para a UEM – a reforma curricular -, e no fim hão-de ver que isto é para o bem do país e dos estudantes, porque vai permitir um maior acesso ao ensino superior”!! (Really?!)

Portanto, neste país onde grande parte das pessoas estuda apenas para “ter certificado” (e nunca para aprender a fazer), o Sr. Reitor vem nos dizer que a sua preocupação é mesmo essa: “a de entregar os certificados de forma mais acelerada”! E fá-lo com a convicção que terá apoio massivo desses “supostos beneficiários”!! Porém, “nosotros” queremos ouvir de si, como é que em apenas 3 anos, um médico estará preparado para desempenhar as suas funções e, que funções serão essas? Se no mesmo periodo, um Engenheiro Civil estará a altura de dimensionar uma estrutura, supervisionar a sua construção, entre outros?? Que contribuição trará essa “reforma curricular” para a qualidade e elevação do conhecimento e saber desses estudantes?? O seu argumento de defesa dessa decisão “messiânica” deve se centrar nesses aspectos!!

Quando países como a Nigéria, África do Sul, Brasil, India, Japão, França, Alemanha, etc, ministram cursos de Medicina em 6 anos rigorosos, com alguns mais exigentes como os Estados Unidos ou China a atribuirem diplomas só ao fim do 7º ano, que tipo de “Serviços de Saúde” é que o Sr. Reitor quer providenciar a este povo com os seus “médicos” formados em 3 anos?? Não chegam os terrores do período pós-independência em que médicos “cooperantes” de “países amigos” obrigavam à amputação de pernas e braços “moçambicanos” por causa de simples feridas, culminando com os hospitais às moscas, por medo da população??

Quando o Acordo de Washington assinado pelas maiores potências mundiais que dispõem das melhores infraestruturas e desenvolvimento tecnológico (Austrália, Canadá, República da Irlanda, Hong Kong, Japão, Nova Zelândia, Singapura, África do Sul, Coreia do Sul, Taiwan, Reino Unido e E.U.A) no longínquo ano de 1989 estipula que os cursos de Engenharia (Bachelor Degree/Licenciatura) devem durar no minimo 4 anos, alteração essa efectuada ao anterior curriculo da UEM de 5 anos, com a eliminação do BUSCEP, que “magia” o Reitor acha que irá conferir competências aos seus “Engenheiros” formados em 3 anos?? De que maneira a performance destes indivíduos irá contribuir para o desenvolvimento deste país em que se precisa de construir, produzir e parar de falar e fazer “boladas”??

Quando Organizações Profissionais desses ramos e sectores proeminentes da sociedade civil e da Academia em particular, se opõem a todos os níveis a esta anunciada “reforma curricular”, não será muita insensatez da sua parte, querer se apresentar como o único indivíduo que “sabe” dos grandes benefícios que advirão para a UEM, seus estudantes e o país em geral!?! “Chefe”, não será melhor “cair na real”, enquanto o caldo não está ainda todo entornado!?!

Entendemos sim que muita gente precisa de ter acesso ao ensino superior, mas quando acabam de ser anunciadas a criação de mais duas universidades públicas para cobrir as regiões Centro e Norte (Uni-Zambeze e Uni-Lúrio, respectivamente), quando está em curso a reforma do ensino “Técnico-Profissional” e o Ministério da Educação acaba de anunciar que até 2015 todos os 128 distritos terão escolas Técnico-Profissionais, que tipo de protagonismo é que o Sr. “Magnífico Reitor” está a pretender obter? Quer massificar o ensino “superior” reduzindo os seus graduados à insignificância de um “nível médio” mal acabado?? Porquê não espera pelos resultados da expansão física ora em curso e se preocupa em elevar a qualidade da formação, produção científica e nível de investigação na UEM, em vez de embarcar nesta sua aventura maquiavélica?!?

Provavelmente o Sr. esteja muito confiante que não terá qualquer oposição dos seus “supostos beneficiários” (estudantes) que também são de facto, a sua base de suporte (pelo menos até aqui)! É uma boa “aposta” da sua parte, se tivermos em conta o nível lamentável de formação que trazem da escola secundária, que só tenderá a agravar progressivamente, com as chamadas “passagens automáticas”, “escolhas múltiplas” e suas também catastróficas “correções automáticas”! Desses estudantes, muitos dos quais nem sequer têem ideia dos conteúdos temáticos dos seus cursos e das suas possíveis aplicações no mercado de trabalho, naturalmente que nenhuma avaliação crítica do imbróglio em que se estão a meter, se pode esperar! Todos eles não vêem a hora de ter o seu “certificado” na mão, mesmo que não saibam executar quaisquer das atribuições que este lhes confira!!
Para eles, a “diarreia cerebral” só iniciará quando vierem cá para o mercado de trabalho e, a par de não serem reconhecidos pelas suas organizações profissionais, eles próprios constatarem que não estão à altura de desempenhar as tarefas que era suposto dominarem, como resultado do grau “universitário” que obtiveram!! Seguindo-se a sua ostracização inevitável, como “Médicos-Relâmpago”, “Engenheiros-Faísca” ou simplesmente “a Fornada do Couto”, ai já será tarde demais para remediar a embrulhada em que se meteram!!

Para quem já esteve em círculos próximos da AEU-UEM, não é difícil saber que está sempre nos interesses da “Reitoria”, a “instalação” de uma Direcção o mais “anestesiada” possível, nessa Organização Estudantil! A lista que reuna essas condições ou que esteja interessada em se submeter a elas, recebe inclusive apoio material para a sua campanha e invariavelmente ganha as eleições!!

Como que a corroborar o que acabo de referir e, se quiserem avaliar o nível em que está o nosso ensino (superior??), vejam a posição da AEU-UEM referente a esta polémica da “reforma curricular” e publicada no seu blog:
“É o que sempre se diz, deve haver separação e independencia na actuação dos varios poderes na sociedade como forma de permitir que aqueles que pensao diferentes possam se expressar, de modo que tenhamos pontos de vistas respeitados.
Contudo a AEU-UEM, pede que se criem condições suficientes para a implementação do novo curriculo na UEM, visto que o mesmo é irreversivel....

Para além desta posição de todo "irresponsável", erros ortográficos e de construção frásica desta natureza são inadmissíveis, provindo de uma organização que é suposto representar o centro de produção “máxima” de conhecimento e saber no país!! (A BO também é uma cadeia de “máxima” segurança) !!

Se é destes estudantes que estamos a tratar, então o "Magnifico Reitor" tem toda a razão em avançar com a sua reforma curricular: “Estes miúdos precisam de terminar o seu curso o mais rápido possível e partir imediatamente para a destruição total, completa e irreversível do país”!!

Mas alguém tem que impedir que isso aconteça, enquanto é tempo!! Os próprios estudantes podem jogar um papel fundamental, se recusando a meter os pés nessa “ratoeira”, porque não há dúvida que as suas consequências serão desastrosas não só para si, como também para a UEM e para o país inteiro!!

“Magnífico Reitor”: Não aliene o futuro desta nação e deixe de ser casmurro, por favor!!

08 fevereiro 2009

Ria ao Domingo VII


Confusão no Velório!

Veja o que um mal entendido pode provocar!!

Eram dois pescadores gémeos. Um casado e o outro solteiro. O solteiro tinha uma lancha de pesca já velha. Um dia, a mulher do casado morre. E como desgraça nunca vem só, a lancha do irmão solteiro afunda-se no mesmo dia.

Uma senhora, dessas velhotas curiosas e fofoqueiras, soube da morte da mulher e resolve dar os pêsames ao viúvo, mas confunde os irmãos e acaba por se dirigir ao irmão que perdeu a lancha.
- Eu só soube agora. Que perda enorme. Deve ser terrível para si!

O solteiro, sem entender bem, explicou:
- Pois é. Eu estou arrasado. Mas é preciso ser forte e enfrentar arealidade. De qualquer modo, ela já estava muito velha. Tinha o traseiro arrebentado, fedia a peixe e vazava água como nunca vi. É verdade que ela tinha uma grande racha na frente e um buraco atrás que, cada vez que eu usava, ficava maior. Mas eu acho que o que ela não aguentou foi que eu a emprestava a quatro amigos que se divertiam com ela. Eu sempre lhes disse para eles irem com calma, mas desta vez foram os quatro juntos e isso foi demais para ela.........

A velhinha fofoqueira desmaiou!

06 fevereiro 2009

O que Te Faz Moçambicano?!?

Esta é uma pergunta que aparentemente “simples”, precisa de um exercício extenso de reflexão para que se comece a balbuciar as primeiras palavras de uma resposta coerente!

O leitor já experimentou? Qual foi a resposta que encontrou? Quer partilhar connosco??

Não pretendo definir a “Moçambicanidade” recorrendo a artifícios filosófico-antropológicos (se é que isso existe), porque pouco ou nada sei dessas áreas de saber, mas discutir convosco, esta pergunta “simples” que me “apoquenta”!!

Tal como eu, acredito que a primeira coisa que deve despertar na mente do leitor, quando confrontado com esta questão é recorrer imediatamente, à “circunscrição geográfica” deste pedaço de terra onde vimos o sol pela primeira vez, para iniciar a articulação de uma resposta elaborada! Mas, e depois?? O que mais sobra? Que os seus ancestrais viveram e morreram neste solo e que lhe deixaram o legado cultural que hoje timidamente conhece e domina?? Mas, quantos “povos”, línguas e culturas existem neste território??

Devemos então, definir que a “Moçambicanidade” são esses micro-cosmos culturais independentes??
Com a avalanche de supostos “refugiados” que afluem ao país aos “camiões-cavalo”, fazem casamentos fictícios (alguns se casam de “verdade”) com Moçambicanas só para adquirir a nacionalidade, depois trazem as suas esposas de seus países, geram os seus filhos “Moçambicanos” cá, que diferença terão “estes” (filhos) com os seus filhos, em termos de natureza identitária?? Se acharmos que este filho, seja de um imigrante Nigeriano, Somali ou Maliano, é de facto um “estrangeiro” (não-Moçambicano), que diferença “prática” existe entre o filho de um “Makonde”, de um “Machuabo” e de um “Machangana”?? Não serão estas, entre si, entidades tão distintas quanto seria se comparassemos cada uma delas com uma outra qualquer “não-Moçambicana” atrás mencionada??

O que então, faz de ti Moçambicano??

O facto de ter nascido na única nação que adoptou ter uma “arma convencional” na sua bandeira?? O que te diferencia de um Sul-africano ou de um Malawiano??

Estas são perguntas “sérias” que exigem respostas urgentes de cada um de nós! Não se pode continuar a pensar que somos uma “nação” apenas porque nascemos no mesmo território, veneramos a mesma bandeira e cantamos o mesmo hino! Porque todos os povos as têem, essas são coisas vulgares (espero que não se entre em discussão que as cores, formatos, melodias, etc, sejam diferentes), banais e frágeis, para definir qualquer que seja a nação!

O que estou aqui a tentar defender é que, enquanto possuimos uma riqueza cultural invejável (o que é de louvar), deve haver “algo” que una esses “micro-cosmos” sob um “ideal” e “projecto nacional”, que o diferencie doutros povos!! Essa visão “idealística” deve ser de natureza única, com padrões elevados e que cause não só a cobiça, mas também a admiração doutros povos!!

Isso só é alcançável, se nós “Moçambicanos” nos predispusermos a recusar o “modus-operandi” que nos tem caracterizado durante esta nossa “história recente” e passemos a adoptar “valores” que dignifiquem toda uma nação, que elevem o nosso orgulho próprio, a uni
ão da "familia nacional", ao mesmo tempo que obriguem outros povos a quererem ser como nós!!

Ninguém se pode orgulhar por ser preguiçoso, corrupto, burlão, analfabeto, divisionista e desordeiro!! (you name it)!! Ninguém se pode vangloriar de coisas más e uma “nação” não se pode deixar ao desleixo e cúmulo que sejam esses aspectos a “definí-la” e diferenciá-la de outros povos!!

Não vamos inventar “novas formas de vida” ou “novos modos de estar”! Não precisamos de andar “enrolados em pneus” ou “construir as nossas casas nos topos das árvores”, para reivindicarmos a nossa “diferença” para com outros povos!! Os “valores” a que me refiro, são universais e sobejamente conhecidos por todos os povos!! A diferença está na forma como os adoptamos ou implementamos!! Como olhamos para a Educação, para a Ciência, para a Ordem Pública, atitude para com o Trabalho, Respeito mútuo, Honestidade, Inclus
ão, Diversidade de ideias, cumprimento de Leis e Regulamentos, Justiça, Incentivo a Desempenhos extraordinários, que Horizontes aspiramos, entre outros, são aspectos que devem “definir” esta nossa “Common Enterprise”!! Com algum “pequeno esforço”, os muitos sociólogos e antropólogos que temos, podem ajudar a “desvendar” formas particulares desses “valores” imersas e impregnadas nas culturas dos vários povos que constituem esta nação, e que seriam incluidas no acima referido “Projecto Nacional”!

Esse é um “Projecto Nacional” que eu desafio, a quem quer que seja, que neste momento n
ão existe, nesta nação!! Nós só vivemos............!!

Enquanto parece uma coisa “complicada”, esta autêntica “revolução” à todos os níveis pode ser materializada e tornada realidade em menos de uma geração!! Mas é preciso querermos, é preciso querermos nos auto-superar, é preciso querermos ser não apenas bons, mas cada vez sempre melhores!!
Ninguém fará isso por nós, senão nós próprios!!!

Chega de vivermos “à nossa maneira” (que só lembra anarquia), chega de sermos medíocres, motivo de ostracização e nós próprios nos conformarmos com “posições de desprezo” seja em todo o tipo de “index”, seja na nossa afirmação geopolítica não só no contexto da SADC, mas de África e do mundo em geral!! Não precisamos de ter “petróleo” no sub-solo para andarmos com a caixa toráxica levantada! Basta-nos uma “Educação” exigente, de qualidade, para todos e que não ande à mercê de politiquices cujos interesses ninguém entende, mas de cujos resultados catastróficos já começamos a sentir!!! Este sector é crucial a tudo o que queiramos alcançar como Nação!!!

Se quisermos ser fortes lá fora, temos primeiro que o ser cá em casa, e sem complacências!!
É altura de pensarmos MOÇAMBIQUE, é altura de afirmação da nossa MOÇAMBICANIDADE!!!!

03 fevereiro 2009

Recordar Eduardo Mondlane – Pela Verdade da Nossa História!

Passam hoje 40 anos, do desaparecimento físico do autor de “Lutar por Moçambique”, creditado com o devido mérito, como um dos Arquitectos da Unidade Nacional!

O “Desenvolver Moçambique” não iria abdicar de homenagear esse grande herói que, como tantos outros jovens que, apesar da sua humilde origem, percebeu primeiro a importância da “educação” e depois, sacrificou a sua vida de luxo em terras longínquas para se entregar, até às últimas consequências, por uma causa nobre e justa: a libertação do povo desta Pérola do Indico!

Quando Mondlane morreu, tenho a certeza que a maior parte dos bloguistas hoje activos nesta parte Indica dessa “esfera global” e ávidos em contribuir com suas ideias e conhecimentos para o engrandecimento desta pátria, ainda nem sequer tinha nascido!

Por isso, “tudo” o que sabemos da sua morte, é o que os livros da “Primária” nos ensinaram: que os colonialistas Portugueses enviaram, através da PIDE, uma bomba encoberta num livro que ele encomendara (terão os restantes camaradas pelo menos aprendido a gostar de leitura??), cuja explosão causou a sua morte instantânea (end of story)!

Em parte alguma da nossa “História” recente, se fala dos antecedentes a esse episódio fatídico, da ideologia política que esse e outros mártires defendiam e do sistema que pretendiam ver implantado no Moçambique independente! Esses são elementos cruciais a qualquer análise que pretendamos fazer sobre esta figura carismática!

É matéria de facto que com ele, grande parte da cúpula directiva da organização resultante da unificação dos três movimentos (MANU, UNAMI e UDENAMU) foi terminantemente eliminada e verificou-se um “shift” completo nas instâncias político-ideológicas, acabando emergindo uma elite fervorosamente marxista-leninista! Outro aspecto muito interessante e que passa quase sempre despercebido, é que aqueles que como Mondlane morreram durante estas “lutas intestinais” detinham níveis educacionais muito acima da média dos seus colegas, de então!

Como a perspectiva do futuro de qualquer nação, passa necessariamente pelo conhecimento íntegro do seu passado, é fundamental que, nesta altura em que recordamos todos os nossos heróis, incluindo os anónimos e os ostracizados, analisemos o país que essa gente pretendia ver nascer e o país que acabou nascendo!

Qualquer homenagem deve assentar nesses aspectos, se se pretender valorizar devidamente o papel desempenhado por esses nacionalistas!

Se quisermos recordar Eduardo Mondlane, nós Moçambicanos devemos nos perguntar se esse líder que viveu o “sonho Americano” e bebeu dos seus valores de liberdade e democracia, pretenderia exigir “guias de marcha” aos seus cidadãos independentes sempre que quisessem ir a machamba; se iria contar um pão para cada membro do agregado de cada família; se quereria remover as populações das suas zonas de origem para acantoná-las em aldeias comunais; se era seu desejo impedir que cada um desenvolvesse as suas actividades e negócios de acordo com a sua vontade e capacidade individuais?

Quer queiramos, quer não, há muita gente que acredita em feitiçaria! Inclusive, um dos provérbios nesse contexto que tem sido invariavelmente referenciado é aquele que diz que “o feiticeiro não entra em casa alheia, se não tiver ajuda do feiticeiro dessa casa”! Isso vem a propósito da morte de altas individualidades que, como deveis saber, nunca acontece porque um “ladrão de galinhas” assim o decide!

O “agente externo” (George Orwell o descreve bem no seu “Animal Farm”) tem sido sempre um artifício "elaborado" para a culpabilização de “tragédias internas”, servindo ao mesmo tempo de móbil para avançar “agendas” previamente definidas!
- A morte de Habyarimana, então presidente Ruandês, durante o seu regresso da assinatura dos “Acordos de Arusha”, despoletou o genocídio contra os Tutsis! Porém, o que nunca vem referido é que o regime Hutu já tinha iniciado uma campanha propagandística altamente hostil a essa minoria, as suas milícias sanguinárias já estavam treinadas e que nos meses antecedentes, o número de catanas importadas da China havia duplicado (acima de 600.000 unidades)!
- O PNAC (Project for a New American Century), organização com o que há de top-de-gama em termos de “neo-conservative establishment”, já havia definido mais de uma década antes da sua posterior ascenção ao poder, a necessidade dos EUA dominarem e "segurarem" as regiões com larga ocorrência de combustíveis fósseis (esse negócio da AFRICOM vos diz algo?)! Citando a sua mantra, para avançar com a sua agenda hegemónica, eventos catastróficos, uma espécie de “um novo Pearl Harbor” seriam necessários! Ainda hoje, e embora muita documentação evidencie que os ataques de “11 de Setembro”, não passaram de um “inside job”, larga porção da população mundial acredita que se tratou de uma façanha altamente bem sucedida de “terroristas islâmicos” (porque os media internacionais, tal como no caso das armas de destruição maçica, assim nos asseveraram)!

Por isso, é nos resultados e “beneficiários” de eventos particulares, que residem e podem ser encontradas muitas das respostas “do que realmente aconteceu”!!

Se quisermos recordar Eduardo Mondlane, não nos devemos conformar com “verdades simples”! É nossa obrigação perceber como era garantida a segurança do “líder máximo” e se a ausência do responsável por esse sector durante o "assassinato", surge como uma mera coincidência? (anos mais tarde, essa “ausência” voltara a ser observada na altura das mortes de Samora, Mabote, Maguni, etc).

Se quisermos recordar Eduardo Mondlane, é nossa obrigação que nos perguntemos, quantos mais anos precisarão passar, para que (re)iniciemos a trajectória de progresso económico, político e social idealizada e que nos foi negada, com a eliminação desse e doutros verdadeiros nacionalistas!!

Vamos lá beber “canhu” com as nossas “elites sábias” (citando "Leo Strauss") em homenagem aos nossos heróis e, quem sabe, na fase “high” dessas bebedeiras, tenhamos algumas contribuições valiosas para a “Verdade da Nossa História”!