Charles-Louis de Secondat, o conhecido Barão de Montesquieu, sempre defendeu que uma admirável política social seria aquela em que os Nóbeis (classe que moderava o poder monárquico), deveria refrear de intentos mercantis, visto que esta postura preveniria a acumulação de riqueza nas mãos dos já, em si, poderosos! Esta separação entre “poder” e “riqueza” permitiria a sua distribuição (riqueza) de forma mais equitativa pelas classes subsequentes, em vez de concentrá-la apenas, num punhado de indivíduos da "alta classe"!.
Na sua obra agora centenária, Roman Society in the Last Century of the Western Empire, o Prof. Samuel Dill traz-nos à memória que um dos factores que levou à decadência do Império Romano foi a "permissão" dada à Nobreza em se engajar no comércio e outras actividades económicas. O consequente monopólio de riqueza e poder pela minoria das famílias senadoras, devido a políticas egoistas, favoritismo, corrupção, evasão fiscal, defesa de seus interesses particulares, etc, lançou as classes menos previlegiadas à desgraça, pobreza e total dependência. Apesar do tratamento brutal aos “criminosos”, o descontentamento das populações e consequente aumento da desordem e desobediência civis, era um sinal inequívoco de impotência das autoridades governamentais!
Quem disse que a história se repetia, com certeza não mentiu! O relato destes eventos dos séculos III a V, nos lembram muitos dos actuais regimes senhoriais e nepotistas que infestam vários cantos da África do séc. XXI! O seu sentido de "propriedade" da terra, dos recursos e das pessoas é algo que a condição humana, de qualquer época, não está disposta a suportar!
Acabamos de assistir recentemente à queda de um “Império Romano Moderno” lá para as bandas da costa Oeste e outro aqui na ilha vizinha, banhada pelo Indico! Visto que a super-abundância destes “Impérios”, a operarem neste continente “sofrido”, nos mesmos moldes da fase derradeira do de Júlio César é uma realidade irrefutável, qual deles será o próximo a cair??
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