25 julho 2012

Maputo – KaTembe: “A Verdade Sobre a Ponte para a Casa da Mãe do Presidente” – Introdução!!


Nestes últimos dois mandatos temos vivido uma presença constante da necessidade de superar os “records” estabelecidos pelo anterior PR. Não que sejam “records” necessariamente de acções honráveis, mas grosso modo, mundanas, evitáveis, despicáveis. Vimos isso em primeira mão com a renovação de toda a frota de viaturas protocolares da Presidência, o despesismo exponencial do Estado, o aluguer de helicópteros para deslocações da ordem de 20Km, a atribuição do seu nome a infra-estruturas públicas,  o seu empresariado de sucesso, de seus filhos e sequazes associados, só para citar alguns exemplos. Penso que, apesar de alguns “prémios comprados”, o que vai ser difícil de bater mesmo é o “Prémio Mo Ibrahim”!!

Se estão lembrados, em 2004, Chissano “mandou” asfaltar a estrada para a sua aldeia natal, num exercício financeiro que custou ao Estado Moçambicano através de créditos do BADEA (Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico de África) a modesta quantia de 10 milhões de dólares. Mas Guebuza precisa de superar esse “record” também!! Não com uma estrada, mas com uma mega-ponte para sua aldeia natal, cuja construção esta avaliada em 735 milhões de dólares.

Este fenómeno de incumbentes da Presidência de uma República se preocuparem em construir estradas ou pontes para as suas aldeias durante a vigência dos seus mandatos, só acontece em países governados por regimes “marcadamente tribalistas”!! Regimes esses que não têm um "plano nacional de desenvolvimento", com uma sequência de prioridades claramente definida que, independentemente do partido ou indivíduo no poder, vai sendo executado integralmente.

A construção de uma estrada ou uma ponte é regida por uma determinada lógica. Essa lógica nunca está dissociada da rapidez do retorno dos investimentos, na forma de ganhos monetários cobrados por taxas como por exemplo portagens, mas existem outras formas como a avaliação do “custo-beneficio”, que inclui normalmente a redução de despesas que seriam incorridas pelos utentes da via, como o custo de combustíveis, pneus, manutenção das viaturas, tempo dispendido na jornada, etc. É com base nessa avaliação, que se decide na execução ou não de um ou outro projecto. É com base nessa avaliação, aliada ao volume de tráfego rodoviário existente, que se decide, por exemplo, se uma estrada de terra-batida deve ser asfaltada ou não.

Conforme se sabe, a KaTembe tem uma população de cerca de 20 mil habitantes. Desses, uma ínfima porção tem a necessidade de travessia diária para exercer as suas actividades na cidade de Maputo. Dessa ínfima porção, uma “microscópica franja” é que possui viaturas particulares, o que mostra que o retorno destes investimentos não foi, em momento algum equacionado, no processo decisório para a execução desta obra!! Podíamos dizer que, “por causa do rápido escoamento do que ali é produzido, deveríamos avançar com a execução da ponte”!! Mas a KaTembe, nem de hortícolas abastece a cidade de Maputo!! O único registo de produção agrícola naquele local é de “batata de polpa alaranjada” por uma unidade ociosa da F.A.D.M, que não está a pensar em vender o produto, mas suprir as suas próprias necessidades nutritivas!!

Vai-se atirar ao mar 735 milhões de dólares só para satisfazer os interesses aldeio-comunais de um dirigente! Ele não vai pagar a obra com o seu dinheiro!! A KaTembe não tem produção, nem tráfego para retornar esses investimentos, 300 anos que passem!! Maputo não tem produção, nem tráfego para retornar esses investimentos, 100 anos que passem!!

Mas há outras alternativas racionais que podem ser exploradas!! Fique atento ao próximo número!!

14 comentários:

Reflectindo disse...

Prossiga com a análise!

Jonathan McCharty disse...

Bro Reflectindo! A analise esta' a todo o vapor!! Procurarei manter o ritmo, porque tempo...
Abraco e thanks por passar a palavra!

Jonathan McCharty disse...

Obrigado pela visita Giancarlo!
Um abraco e nao se coiba de aparecer por aqui!! Nao ha portagens, hehe!

Abraco

Reflectindo disse...

Bro Jonathan, o debate sobre está parte introdutória da série está quente no facebook.

Pedi ao pessoal para também postar aqui os comentários.

Abraco

Anônimo disse...

O Guebuza não nasceu em Katembe, mas sim em Murrupula, Província de Nampula. A ponte para Katembe foi projectada muito antes de Guebuza ser PR. O actor quer apenas desviar a atenção dos moçambicanos.
Há muitas pontes na Europa construidas antes daqueles paises atingirem o desenvolvimento.

Anônimo disse...

Acho que devemos criticar com algum sentido e pensar um pouco.

Para onde pretendem que a Cidade de Maputo cresça? para Norte? já se encontra próximo de Marracuene.
Será que a Zona Turistica da Ponta do Ouro não se vai benificiar desta Ponte que inclui no projecto essa estrada de acesso'
E a possibilidade de um porto de profundidade na Zona, será que não é interessante retirar tráfego do porto de Durban e trazê-lo para Moçambique?

Acho que está altura de fazer obras num sentido Pro-activo, no texto fala-se com o intuito de criticar pelo que existe, não aquilo que a ponte pode trazer em desenvolvimento.

Não duvido que o desenvolvimento imobiliário do distrito da Katembe vai enriquecer só alguns mas também pode benificiar a população e trazer outra dinâmica, haja para isso vontade politica pressão da sociedade civil.

Anônimo disse...

Só quem tem uma visao minuscula da realidade deste pais pode descoardar com a analise do autor. andem um pouco CAMARADAS irao ver que este país precisa de coisais muito mais básicas antes de pensar numa ponte para a Ka Tembe e que envolve todo este valor.

Mais nao disse..!

Jonathan McCharty disse...

Anonimo 10:37AM,
Guebuza e' tanto de Murrupula, que a coisa que achou mais sensata foi fundar a Associacao dos naturais de Maputo! A origem da sua familia e' Katembe! Por mais que tenha nascido em Murrupula, ele nao tem qualquer relacao cultural, espiritual ou afectiva para com aquele local. Talvez voce devia comecar por perguntar "quantas palavras em Makwa, o PR conhece"!!

Jonathan McCharty disse...

Anonimo 12:05PM,
Na abordagem a este tema, pensamos ter sido intelectualmente honestos, apresentamos as zonas de penumbra deste projecto e indicamos vias alternativas. Nao estamos a "criticar por criticar"!! Ha muitos pontos concretos que gostariamos de ver rebatidos, e o anonimo para nao parecer que "esta a criticar por criticar", devia comecar por nos dar uma ajudinha:

1)No caso desta ponte, onde está o estudo de viabilidade económica?? 2)Qual é o volume de tráfego corrente??
3)Qual é a sua previsão de crescimento??
4)Qual é o período de vida útil da obra??
5)Que receitas directas serão amealhadas nesse período??

Desenvolvimento fala-se nesses termos! Nao e' com argumentos falaciosos!!

Jonathan McCharty disse...

Anonimo 8:06PM,
O problema desta terra e' que os problemas nao se discutem. Quando aparece uma analise destas, na dificuldade de apresentar contra-argumentos, as pessoas acabam perdendo-se em divagacoes! Tem aqui questoes concretas que devem ser respondidas. O debate deve comecar ai.

Um abraco

Anônimo disse...

Que a ponte maputo-katembe nao é prioridade nacional é visivel a olho nu, mas os argumentos apresentados pelo editor sao falaciosos demais!

Jonathan McCharty disse...

Anonimo 9:50AM,
Os meus argumentos sao "falaciosos demais", ou "dificeis de rebater"??
De que argumento especificadamente esta' a falar?? Apresente-os, que e' para nao desprestigiar mais esta nossa debil cultura de debate!!

Anônimo disse...

Quando o autor diz que a ponte 'e irrelevante porque Katembe só tem 20mil habitantes e pobres) só demonstra a sua pequenez intelectual. Esquece que uma ponte junta dois pontos, e neste caso Maputo, que afinal tem milhoes de habitantes. isto para nao falar do país com muito mais milhoes ainda,sai beneficiado. Afinal de contas o que está em jogo é a dinamica do potencial turismo que afecta o corredor Sul, escoamento do porto de Durban, para nao falar da propria populacao que saira reforcado com emprego e dinamica de uma cidade.

Anônimo disse...

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