Moçambique dispõe de vastas reservas
de carvão mineral, com particular destaque para as localizadas nas províncias
de Tete e Niassa. O valor de reservas consideradas como provadas é de 6 biliões
de toneladas. Para além da área de Moatize, existem diversas outras áreas em
que decorrem trabalhos de pesquisa ou de avaliação de reservas.
Assumindo que o Estado Moçambicano vai deter 15% do Projecto de Carvão de
Moatize em parceria com a Brasileira Vale, e tendo em conta que, dos 6 milhões de
toneladas de capacidade correntemente instalada no terminal de carvão do porto
da Beira (num futuro próximo, a capacidade irá aumentar para cerca de
20 milhões de toneladas por ano), e os utilizadores deste terminal vão
partilhar a capacidade útil daquela infra-estrutura na proporção de 68% para a
Vale e 32% para a Rio Tinto, significa que a quantidade anual exportada pela
Vale será de 4 milhões de toneladas (13,6 milhões no futuro) e 2 milhões de
toneladas para a Rio Tinto (6,4 milhões no futuro).
O preço de venda de carvão mineral no exterior é baseado no seu valor
energético, e é sobejamente conhecida a elevada qualidade do
carvão de Moatize. Para efeitos de simplificação e tomando como referência o
preço do carvão de queima normal e descontando o custo de transporte e
potenciais “despesas supérfluas” a serem declaradas, o encaixe líquido
das mineradoras por tonelada métrica do nosso carvão não se situará
abaixo dos 100 USD/ton. Trocando isso em miúdos, isso significa que, com a actual
capacidade instalada no porto da Beira, a facturação líquida
da Vale será de 400 milhões de dólares/ano (1,4 biliões no
futuro) e da Rio Tinto será de 200 milhões de dólares/ano (640 milhões no
futuro). Isso significa que só pela sua participação no Projecto da Vale,
o Estado Moçambicano arrecadaria 60 milhoes de dólares (210 milhões no futuro),
aos quais se adicionariam 18 milhões (60 milhões no futuro) pelos irrisórios 3%
do imposto de exportação, perfazendo uma totalidade de 80 milhões de
dólares/ano (300 milhões no futuro). A esta quantia seriam adicionados os
valores referentes a outros impostos como o imposto de superfície (função da área explorada pela
companhia), e outros impostos e taxas previstas na legislação vigente no
país sobre a matéria.
Quando a linha férrea Moatize-Nacala e o terminal de carvão do porto de Nacala estiverem prontos, o mesmo exercício deve ser feito para aquele ponto de saída. Por outro lado, os custos unitários de tonelada métrica de carvão mineral poderão sofrer agravamentos, com a recente onda mundial de contestação de centrais nucleares, o que põe o carvão como o material energético imediatamente à disposição, muito antes que as “soluções limpas” (energia solar, eólica, etc) estejam prontas para implementação em larga escala.
Quando a linha férrea Moatize-Nacala e o terminal de carvão do porto de Nacala estiverem prontos, o mesmo exercício deve ser feito para aquele ponto de saída. Por outro lado, os custos unitários de tonelada métrica de carvão mineral poderão sofrer agravamentos, com a recente onda mundial de contestação de centrais nucleares, o que põe o carvão como o material energético imediatamente à disposição, muito antes que as “soluções limpas” (energia solar, eólica, etc) estejam prontas para implementação em larga escala.
“Agora cabe a cada
Moçambicano decidir se este dinheiro deve ir para os cofres do Estado ou para
os bolsos de Guebuza e seus amigos!!”
Conforme dizia o outro, “if you
stand for nothing, you may fall for anything”, e aqueles um bocado atentos,
conseguem ver, por um lado, o nosso Executivo ser puxado por todas as partes da
sua indumentária, para simultaneamente atender encontros em
capitais ocidentais e orientais, onde são servidos iguarias e tratados como
lordes, cinicamente – diga-se de passagem. Por outro lado, este mesmo Executivo
tem adoptado uma estratégia de “esvaziar
as expectativas sobre os resursos minerais e confundir o Povo Moçambicano”!!
Essa estratégia consiste em “misturar
os assuntos de carvão mineral com gás natural, ao mesmo tempo que se omite a
existência de carvão mineral”!!
De repente, o carvão mineral desapareceu da circulação!! Esse mesmo carvão
cujo processo de exploração começou em 2004 e neste ano de 2012 as exportações já estão
a decorrer!! Cada navio de grande calado que larga do porto da Beira leva
consigo acima de 35 mil toneladas do nosso carvão, o que mesmo em estimativas pessimistas,
não deverá situar-se em encaixes líquidos inferiores a 3,5~4 milhões de
dólares por parte das mineradoras/navio.
Da boca do Executivo Moçambicano só se ouve “Gás natural, gás natural...2018, 2018.....vai levar tempo, vai levar
tempo.....temos que ter paciência, temos que ter paciência.....Adormeçam,....blah,
blah,.....Adormeçam......”.
Neste momento, do PR só falta ouvir que “Os recursos minerais são uma maldição”!!
Mesmo os acólitos do regime, com a sua “sociologia
para boi dormir” já vieram à terreiro sugerir ao Povo Moçambicano a
sua aceitação e complacência para com “as
imperfeições dos nossos políticos”!! Ou seja, “mesmo que o teu líder político seja um corrupto, ladrão, delapidador,
vende-pátria, etc, vá para casa e durma descansado”!! E, não me causou
surpresa que, na sua longa esteira de muita parra e pouca uva, nem sequer em
uma linha, a expressão “carvão mineral”
venha mencionada!! “Gás natural, gás
natural,......durmam Moçambicanos, durmam........”!!
Mas que não se pense que haja aqui alguma distracção. O jogo aqui é muito
claro: “O presidente do meu partido e
seus sequazes pretendem açambarcar as participações do Estado para seu uso
privado, golpeando tremendamente as potenciais receitas para o Estado
(mantendo-o assim pedinte) e que os Moçambicanos aguardem pelo que se irá
(provavelmente) obter da exportação do gás natural,.......a partir de 2018”!!
Da mesma forma que a “imperfeição
dos políticos” é matéria a ser rejeitada de imediato, todo o
Moçambicano tem que estar alerta e preparado para defender e impedir o “roubo dos recursos do Estado que está a
ser preparado”!!
Que, de agora em diante, qualquer abordagem aos recursos minerais e
energéticos do país seja devidamente especificada!! Uma coisa é “carvão mineral” e outra, bem distinta,
é “gás natural”!!
Que, a partir de agora, os meios de comunicação e o país
inteiro se empenhem a discutir em hasta pública, quais são os ganhos do Estado
Moçambicano pela exploração destes recursos, descriminando evidentemente o
que se obterá de cada mineradora!!
Esta é a única maneira de defendermos os nossos interesses colectivos!!
“Acordem Moçambicanos”!!!
Um comentário:
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