Sabemos que a noção vigente na nossa sociedade que, “quem tem carro, então é rico”, está muito longe de
corresponder à verdade!! Esse é o exercito de
indivíduos estressados, que está constantemente a contar moedas, com o coração
na mão, porque o carro está na reserva há mais de 3 dias e, “não vá ele querer-me surpreender com uma
paragem súbita no meio da rua, por falta de combustível”!! Se fosse
possível ligar em série as luzinhas amarelas de todas as viaturas com
o tanque na reserva, resolveríamos o problema de iluminação pública
neste país!!
Se queremos “incentivar” as
pessoas a fixar residência na KaTembe, então precisamos de lhes dar “incentivos”!! Uma ponte com portagem,
para quem precisa de sair e regressar à casa, numa base diária, bi-diária,
tri-diária (esqueceu a carteira, esqueceu de comprar umas conservas, esqueceu de
ir buscar o bebé a escolinha....), não poderá considerar-se um “incentivo”, mas um “luxo”!! E, quanto mais cara for a
ponte, para que o projecto seja viável, a taxa de portagem mais cara será!! No
ordenamento económico-financeiro desta nação, quantos cidadãos estão a altura
de arcar com essas despesas??
A “solução alternativa” que
propusemos no âmbito desta série, a avaliar pela quantidade reduzida de
investimentos que irá absorver, não contempla a cobrança de taxas de
portagem no troço Maputo-KaTembe. Só os ganhos indirectos advindos
da promoção da urbanização da KaTembe, numa perspectiva de custo-beneficio, permitiriam
recuperar esses investimentos!! Esse será um incentivo para que as pessoas
fixem residência naquela urbe!! A cobrança de portagens ficaria confinada à
estrada KaTembe – Ponta do Ouro, sabendo-se que o grande objectivo dessa
infraestrutura é a promoção do turismo, e como sabemos, esse não
se realiza de “Segunda-feira a Domingo”,
o que implicaria uma despesa diária para os seus utentes!! Essa despesa poderá
ocorrer uma vez por semana, uma vez por mês ou uma vez por ano, não significando
assim “um rombo constante ao bolso do
cidadão”!!
A questão de “portagens” deve
ser sempre concebida numa “perspectiva
de opção”!! Uma opção mais confortável, mais rápida, pela qual os utentes
interessados sãos obrigados a pagar!! A portagem nunca deve ser concebida numa situação
de “alternativa única”, como se
pretende fazer com a ponte Maputo-KaTembe!! A titulo de exemplo, olhemos para a
“Portagem de Maputo”: quem sai da
Matola, sem dinheiro no bolso, com tempo extra para queimar, tem a
possibilidade de usar a via Machava-Jardim-Maputo, sem incorrer em custos. Já
aqueles que têm o bolso cheio de verdinhas e pouco tempo
disponível para chegar aos seus destinos, tem a opção mais confortável, mais
rápida, usando a estrada com portagem, mas que em contrapartida, lhes custará um
determinado valor!!
É isto que se deve fazer com a KaTembe, se
de facto, se pretende honestamente incentivar os cidadãos a fixar residência
naquele local. Conforme sugestão de um dos nossos leitores, se se construir o
porto de águas profundas em Techobanine, será imperativo construir um ramal
ferroviário até Maputo. Mas, apesar de pontes ferroviárias serem
muito mais baratas que pontes rodoviárias, nós somos de opinião que o ramal ferroviário, a estação
e Porto-seco para o manuseamento das mercadorias sejam construídos do lado da
KaTembe!! O transporte de e para Maputo, seria efectuado por via rodoviária,
usando as infraestruturas que constam desta “solução alternativa” e outras que integram o Projecto da Circular
de Maputo. Este facto, por si só, permitirá o rápido
desenvolvimento da KaTembe! Por outro lado, não será necessário
construir/reabilitar a estrada Bela Vista - Boane de imediato, porque esta solução
alternativa permitirá a ligação directa entre a KaTembe e Boane (Belo
Horizonte).
Quando a KaTembe tiver expandido ao ponto de gerar um volume de tráfego tal, que congestionamentos comecem a prever-se (observar-se) na estrada Maputo-KaTembe, então aí justificar-se-á a construção da ponte Maputo-KaTembe, para acomodar tanto o tráfego rodoviário, como o ferroviário!! Essa ponte surgirá como uma “opção cómoda e mais rápida” para unir os dois pontos da baía!! Pela sua utilização, os utentes terão que pagar taxas de portagem, com vista a recuperação dos investimentos feitos!! Mas ninguém será deixado sem alternativa que se encaixe à sua situação financeira!!
A todos os compatriotas Moçambicanos quero deixar claro que a ponte Maputo-KaTembe é tão importante quanto as pontes Inhambane-Maxixe, Quelimane-Inhassunge, Lumbo-Ilha de Moçambique, Guludo-Ilhas do Parque Nacional das Quirimbas (Cabo Delgado) só para citar alguns exemplos!! Mas estas pontes não só absorveriam tremendos investimentos directos para a sua construção, como trariam um desafio avassalador para a sua manutenção, devido ao ambiente marinho severo em que serão implantadas!! Isto equivaleria a meter os fundos do erário público num saco roto. A noção que devemos ter é que, estas infraestruturas, uma vez construídas, representarão gastos contínuos, até que as mesmas deixem de ser utilizadas, pelo seu acelerado estado de degradação!!
Quando a KaTembe tiver expandido ao ponto de gerar um volume de tráfego tal, que congestionamentos comecem a prever-se (observar-se) na estrada Maputo-KaTembe, então aí justificar-se-á a construção da ponte Maputo-KaTembe, para acomodar tanto o tráfego rodoviário, como o ferroviário!! Essa ponte surgirá como uma “opção cómoda e mais rápida” para unir os dois pontos da baía!! Pela sua utilização, os utentes terão que pagar taxas de portagem, com vista a recuperação dos investimentos feitos!! Mas ninguém será deixado sem alternativa que se encaixe à sua situação financeira!!
A todos os compatriotas Moçambicanos quero deixar claro que a ponte Maputo-KaTembe é tão importante quanto as pontes Inhambane-Maxixe, Quelimane-Inhassunge, Lumbo-Ilha de Moçambique, Guludo-Ilhas do Parque Nacional das Quirimbas (Cabo Delgado) só para citar alguns exemplos!! Mas estas pontes não só absorveriam tremendos investimentos directos para a sua construção, como trariam um desafio avassalador para a sua manutenção, devido ao ambiente marinho severo em que serão implantadas!! Isto equivaleria a meter os fundos do erário público num saco roto. A noção que devemos ter é que, estas infraestruturas, uma vez construídas, representarão gastos contínuos, até que as mesmas deixem de ser utilizadas, pelo seu acelerado estado de degradação!!
Não sei se é necessário
perguntar se Moçambique está neste momento à altura de se embrulhar nesse tipo
de investimentos??
Países como o nosso, que querem aumentar a sua riqueza, não devem apenas correr a fazer investimentos!! Mas devem concentrar-se naqueles que, não sendo descontroladamente onerosos, podem trazer o retorno dos investimentos de uma forma mais acelerada, ao mesmo tempo que conferem benefícios a uma vasta maioria da sua população!! Demonstramos ao longo destas linhas que a ponte Maputo-KaTembe não é um desses projectos, e que existem outras vias alternativas mais vantajosas, que deviam ser exploradas!! É que, a este andar, amanhã teremos um "iluminado" que quer construir uma torre maior que o Burj Khalifa no Dubai (a maior torre do mundo), e certamente que não faltarão financiadores interessados em pegar nessa oportunidade para escravizar mais esta nação, enquanto avançam os seus interesses particulares!! Acólitos também a aplaudir a iniciativa do iluminado também não faltarão!! Mas que vantagens o país terá com essa torre??
Essas são as perguntas que devemos fazer agora, em relação à ponte Maputo-KaTembe!!
As pontes que mencionei acima e outras infraestruturas importantes que constituem um desafio de engenharia, devem ser concebidas numa perspectiva de "orgulho nacional"!! Não vamos perpetuar esta situação em que, os financiamentos das obras são estrangeiros, os projectistas são estrangeiros, os empreiteiros são estrangeiros, os materiais são estrangeiros (vontade não lhes falta de trazer também pedra e areia dos seus países) e, quando as infraestruturas precisarem de manutenção, tenhamos que recorrer a esta mesma fórmula destrutiva!! Se a única coisa Moçambicana são os pés que atravessarão essa ponte e algum nacional sente alguma forma de orgulho ao utilizar essa infraestrutura, eu não diria que "esse é orgulho com peso de papel", mas que "o meu caro compatriota ainda não está ciente da sua condição de escravo"!!
Que comecemos a preparar-nos para que sintamos orgulho por feitos nacionais realizados com fundos próprios, obras concebidas por nossos engenheiros e arquitectos, infraestruturas construídas pelos nossos empreiteiros!! Isso é que é orgulho de verdade, orgulho com peso de chumbo!!
Enquanto não podemos materializar esse sonho, adoptemos investimentos racionais, económico-financeiramente sustentáveis e que tragam benefícios para uma vasta maioria de Moçambicanos que lutam dia-a-dia pelo progresso desta Nação que tanto amamos!!
Eu e tantos outros que temos nos batido por esta causa, cumprimos aqui o nosso dever de cidadania!! Se aqueles que têm o poder decisório nas mãos, na sua atitude habitual de limitar e condicionar o debate, virem cá fora despejar a sua arrogância com expressões do tipo "a reforma curricular da UEM é um processo irreversível", ooppss, "a construção da ponte Maputo-KaTembe é um processo irreversível", nós estaremos aqui sentados para ver à que velocidade, essas "decisões imutáveis" se deterioram e são pontapeadas para a caixa de lixo, com os prejuízos incalculáveis associados, que são sofridos pelo país!! Mas não pensem que continuarão a se livrar impunemente destes erros grosseiros de gestão do país!! Se não forem estes Madalas, os seus descendentes políticos certamente pagarão!! Isso é uma certeza!!
Países como o nosso, que querem aumentar a sua riqueza, não devem apenas correr a fazer investimentos!! Mas devem concentrar-se naqueles que, não sendo descontroladamente onerosos, podem trazer o retorno dos investimentos de uma forma mais acelerada, ao mesmo tempo que conferem benefícios a uma vasta maioria da sua população!! Demonstramos ao longo destas linhas que a ponte Maputo-KaTembe não é um desses projectos, e que existem outras vias alternativas mais vantajosas, que deviam ser exploradas!! É que, a este andar, amanhã teremos um "iluminado" que quer construir uma torre maior que o Burj Khalifa no Dubai (a maior torre do mundo), e certamente que não faltarão financiadores interessados em pegar nessa oportunidade para escravizar mais esta nação, enquanto avançam os seus interesses particulares!! Acólitos também a aplaudir a iniciativa do iluminado também não faltarão!! Mas que vantagens o país terá com essa torre??
Essas são as perguntas que devemos fazer agora, em relação à ponte Maputo-KaTembe!!
As pontes que mencionei acima e outras infraestruturas importantes que constituem um desafio de engenharia, devem ser concebidas numa perspectiva de "orgulho nacional"!! Não vamos perpetuar esta situação em que, os financiamentos das obras são estrangeiros, os projectistas são estrangeiros, os empreiteiros são estrangeiros, os materiais são estrangeiros (vontade não lhes falta de trazer também pedra e areia dos seus países) e, quando as infraestruturas precisarem de manutenção, tenhamos que recorrer a esta mesma fórmula destrutiva!! Se a única coisa Moçambicana são os pés que atravessarão essa ponte e algum nacional sente alguma forma de orgulho ao utilizar essa infraestrutura, eu não diria que "esse é orgulho com peso de papel", mas que "o meu caro compatriota ainda não está ciente da sua condição de escravo"!!
Que comecemos a preparar-nos para que sintamos orgulho por feitos nacionais realizados com fundos próprios, obras concebidas por nossos engenheiros e arquitectos, infraestruturas construídas pelos nossos empreiteiros!! Isso é que é orgulho de verdade, orgulho com peso de chumbo!!
Enquanto não podemos materializar esse sonho, adoptemos investimentos racionais, económico-financeiramente sustentáveis e que tragam benefícios para uma vasta maioria de Moçambicanos que lutam dia-a-dia pelo progresso desta Nação que tanto amamos!!
Eu e tantos outros que temos nos batido por esta causa, cumprimos aqui o nosso dever de cidadania!! Se aqueles que têm o poder decisório nas mãos, na sua atitude habitual de limitar e condicionar o debate, virem cá fora despejar a sua arrogância com expressões do tipo "a reforma curricular da UEM é um processo irreversível", ooppss, "a construção da ponte Maputo-KaTembe é um processo irreversível", nós estaremos aqui sentados para ver à que velocidade, essas "decisões imutáveis" se deterioram e são pontapeadas para a caixa de lixo, com os prejuízos incalculáveis associados, que são sofridos pelo país!! Mas não pensem que continuarão a se livrar impunemente destes erros grosseiros de gestão do país!! Se não forem estes Madalas, os seus descendentes políticos certamente pagarão!! Isso é uma certeza!!