“It's no use saying, ‘We are doing our best!’ You have got to succeed in doing what is necessary."
(Winston Churchill)
Até decidir que para o primeiro “straight talk” desta rubrica iria convidar “o” dirigente máximo dos Correios de Moçambique, não sabia afinal que se tratava de uma mulher! Fiquei positivamente impressionado pelo facto e quero, antes de mais, endereçar-lhe os meus parabéns, Dra. Maria Angélica Dimas por ter aceite tao corajosa missão.
Para a nossa refeição proponho um prato que comi uma vez e nunca mais me esqueci (acho que também irá gostar): uma “mucapata” com galinha cafreal à zambeziana e para bebida, uma “sura” bem doce aqui de Inhambane, porque a nossa conversa vai ser bem longa! (Com a onda de globalização e integração regional nos últimos tempos, vou alertando desde já que aqui os pratos e bebidas serão inteiramente nacionais! Se não promovermos e defendermos o que é nosso, quem o fará?).
Nas várias cidades onde vivi, por acaso quase sempre morei próximo aos Correios e habituei-me à imponência caracteristica dos seus edificios, mas que em contrapartida, contrastavam com aquela imagem de total abandono, qual monstro adormicido! E infelizmente, isso se prolonga até aos nossos dias.
O potencial e a contribuição que essa “máquina adormecida” pode dar ao desenvolvimento desta nação é tanto que, Sra. Dra., nós não nos podemos dar ao “luxo” de continuar com as coisas do jeito que estão e esperar que uma mão miracolusa nos tire desse marasmo.
Constatei com entusiasmo que já existe um trabalho extensivo de “codificação postal” do pais, o que é bastante salutar. No entanto noto, que o sistema está a ser desenhado no sentido de esperar pela aderência de clientes, o que na minha humilde análise me faz crer que a filosofia pressupõe a atribuição de um código (seja caixa postal ou outro) a pessoas e instituições. No contexto actual, essa abordagem vai muito rapidamente se revelar impraticável. Não se pode pensar em desenvolver o serviço de correios à base de “caixas postais”, sra. Dra, e esperando que os clientes tenham que solicitar aos Correios a atribuição do código. Esse antes, deve ser uma espécie de “direito adquirido”. Todas as “variáveis” do sistema devem estar sob control dos Correios de Moçambique e numa postura própria de “contra-ataque” (unanimamente considerada a melhor defesa), esta instituição deve colocar os seus serviços junto aos clientes e pode crer Excia que, a aderência aos serviços disponiveis será expontânea e automática. Mas não pense em “anexar” números ou códigos a pessoas ou instituições! É preciso pensar numa perspectiva de longo prazo e toda a principal estrutura de “codificação” deve estar apenas referente a “lugares”! A concepção actual dos códigos que indica até ao nivel de bairro (Provincia-Localidade-Bairro) já é muito boa. Em termos de “código postal” (completo) o que precisa de ser acrescentado é apenas o número referente ao quarteirão. O resto seria descrito em termos de Rua/Avenida e nome ou número do edificio ou estabelecimento e esse trabalho deve ser coordenado com os Municipios (para os centros urbanos existentes) e o Ministério da Administração Estatal. A “Cooperação Francesa” fez já um excelente trabalho de toponimia dos principais centros urbanos que deve ser capitalizado e provavelmente precisa apenas de ser estendido até aos niveis mais detalhados (edificios ou estabelecimentos existentes em cada circunscrição administrativa), tarefa que hoje em dia é amplamente facilitada pelas tecnologias de informação (tipo GIS ou outras) existentes.
Em seguida, a tarefa que deve ser priorizada é a “implantação” de “Postos postais” e reactivação dos existentes, ao mesmo tempo que, explicando ao público em geral, como está concebido o “novo” sistema postal, quais os códigos de cada zona e quais os serviços que a instituição oferece. Esta é uma tarefa que deve ser realizada sem “mãos a medir”! As campanhas têm que ser “agressivas”, junto às instituições públicas e privadas, estabelecimentos de ensino, zonas comerciais, etc. Este é um investimento e um “risco” que deve ser corrido sem contemplações, porque sociedade alguma moderna se pode dar ao (des)luxo de viver sem um serviço nacional de correios eficiente. Todo o mundo quer tanto receber como mandar encomendas e essa necessidade básica continuará a ser catapultada à medida que a economia for crescendo. Agora, o que os Correios de Moçambique não devem fazer é esperar que a economia do pais “cresça” para começar a estruturar o seu sistema. Esse exercicio deve ser antecipado e não haja dúvidas que ele contribuirá imensamente para a própria reactivação da economia deste pais.The time is now!
A questão que se coloca a seguir é: Como encontrar financiamento, principalmente para a reabilitação dos “postos postais” existentes e construção de novos pelo pais inteiro? Estendemos a mão aos “bem intencionados” doadores ou pedimos um empréstimo as instituições financeiras internacionais? Eu digo peremptoriamente que NÃO….
Garçom, mais uma garrafa por favor!
Há algum tempo que se tem falado da introdução de “serviços financeiros postais” mas tenho a impressão que tudo tem sido tomado de ânimo muito leve, para além de sempre se reduzir o assunto a um possivel “banco rural”! Não brinquemos com coisas sérias, Sra. Dra.! O potencial deste serviço é consideravelmente enorme e, em situação alguma deve ser abordado apenas no contexto rural! O “Banco Postal” (a funcionar nos comuns postos postais) é antes de mais um banco “urbano” e um instrumento eficaz para o financiamento do Estado em qualquer parte do mundo desenvolvido, independentemente de quantos bancos comerciais existam na praça e sobretudo, assegurando-se que a sua gestão não seja como a do INSS. Em vez do Estado continuar a ser parte “contribuinte” dos lucros fabulosos que os nossos bancos comerciais têm declarado (alguns até com aumentos anuais de 300%), os pagamentos referentes à Acção Social, como pensões, bolsas de estudo ou outros, passariam a ser administrados e geridos pelo “Banco Postal”. As nossas mães e avós que, apesar de muitas delas nunca terem ido a escola, continuam a ser as grandes “experts” em poupança, deixariam de guardar o seu dinhero enterrado em latas ou escondido em capulanas, soutiens ou “mutxecas”, passando a depositá-lo no “Banco Postal”. Essa poupança que for sendo adquirida permitirá não só ir alastrando o serviço a outras áreas através da construção de novos “Postos postais”, mas principalmente, servirá como fonte de financiamento do Estado para outros projectos, como por exemplo, infraestruturas públicas (escolas, hospitais), vias de comunicação (estradas, pontes), etc.
E, enquanto os Correios de Moçambique ainda não atingirem a desejada autonomia financeira, o transporte de mercadorias ao longo do território nacional poderá ser adjudicado às várias empresas de transporte existentes, assegurando sempre a sua alta responsabilidade no manuseio das encomendadas e qualidade do serviço prestado, para que se possa reaver a confiança do cliente, há muito perdida! Com o tempo, os Correios poderão ir assumindo gradualmente a tarefa de transporte através da aquisição da sua própria frota!
Por isso Sra. PCA, as possibilidades existentes são enormes e o trabalho a realizar afigura-se extremamente árduo! Dou aqui a minha máxima força e coragem para essa missão que tem em suas mãos e, é meu desejo que a curto prazo, o serviço de transporte e distribuição de correspondências postais ao longo do território nacional seja inteiramente assumido pelos “Correios de Moçambique, E.P” e não pelas DHL’s, EMS’s, Skynet’s ou mesmo as LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) como está a acontecer actualmente. Isso é um imperativo nacional!…
Para sobremesa eu vou pedir uma salada de fruta e a Sra. PCA o que prefere?........
Até decidir que para o primeiro “straight talk” desta rubrica iria convidar “o” dirigente máximo dos Correios de Moçambique, não sabia afinal que se tratava de uma mulher! Fiquei positivamente impressionado pelo facto e quero, antes de mais, endereçar-lhe os meus parabéns, Dra. Maria Angélica Dimas por ter aceite tao corajosa missão.
Para a nossa refeição proponho um prato que comi uma vez e nunca mais me esqueci (acho que também irá gostar): uma “mucapata” com galinha cafreal à zambeziana e para bebida, uma “sura” bem doce aqui de Inhambane, porque a nossa conversa vai ser bem longa! (Com a onda de globalização e integração regional nos últimos tempos, vou alertando desde já que aqui os pratos e bebidas serão inteiramente nacionais! Se não promovermos e defendermos o que é nosso, quem o fará?).
Nas várias cidades onde vivi, por acaso quase sempre morei próximo aos Correios e habituei-me à imponência caracteristica dos seus edificios, mas que em contrapartida, contrastavam com aquela imagem de total abandono, qual monstro adormicido! E infelizmente, isso se prolonga até aos nossos dias.
O potencial e a contribuição que essa “máquina adormecida” pode dar ao desenvolvimento desta nação é tanto que, Sra. Dra., nós não nos podemos dar ao “luxo” de continuar com as coisas do jeito que estão e esperar que uma mão miracolusa nos tire desse marasmo.
Constatei com entusiasmo que já existe um trabalho extensivo de “codificação postal” do pais, o que é bastante salutar. No entanto noto, que o sistema está a ser desenhado no sentido de esperar pela aderência de clientes, o que na minha humilde análise me faz crer que a filosofia pressupõe a atribuição de um código (seja caixa postal ou outro) a pessoas e instituições. No contexto actual, essa abordagem vai muito rapidamente se revelar impraticável. Não se pode pensar em desenvolver o serviço de correios à base de “caixas postais”, sra. Dra, e esperando que os clientes tenham que solicitar aos Correios a atribuição do código. Esse antes, deve ser uma espécie de “direito adquirido”. Todas as “variáveis” do sistema devem estar sob control dos Correios de Moçambique e numa postura própria de “contra-ataque” (unanimamente considerada a melhor defesa), esta instituição deve colocar os seus serviços junto aos clientes e pode crer Excia que, a aderência aos serviços disponiveis será expontânea e automática. Mas não pense em “anexar” números ou códigos a pessoas ou instituições! É preciso pensar numa perspectiva de longo prazo e toda a principal estrutura de “codificação” deve estar apenas referente a “lugares”! A concepção actual dos códigos que indica até ao nivel de bairro (Provincia-Localidade-Bairro) já é muito boa. Em termos de “código postal” (completo) o que precisa de ser acrescentado é apenas o número referente ao quarteirão. O resto seria descrito em termos de Rua/Avenida e nome ou número do edificio ou estabelecimento e esse trabalho deve ser coordenado com os Municipios (para os centros urbanos existentes) e o Ministério da Administração Estatal. A “Cooperação Francesa” fez já um excelente trabalho de toponimia dos principais centros urbanos que deve ser capitalizado e provavelmente precisa apenas de ser estendido até aos niveis mais detalhados (edificios ou estabelecimentos existentes em cada circunscrição administrativa), tarefa que hoje em dia é amplamente facilitada pelas tecnologias de informação (tipo GIS ou outras) existentes.
Em seguida, a tarefa que deve ser priorizada é a “implantação” de “Postos postais” e reactivação dos existentes, ao mesmo tempo que, explicando ao público em geral, como está concebido o “novo” sistema postal, quais os códigos de cada zona e quais os serviços que a instituição oferece. Esta é uma tarefa que deve ser realizada sem “mãos a medir”! As campanhas têm que ser “agressivas”, junto às instituições públicas e privadas, estabelecimentos de ensino, zonas comerciais, etc. Este é um investimento e um “risco” que deve ser corrido sem contemplações, porque sociedade alguma moderna se pode dar ao (des)luxo de viver sem um serviço nacional de correios eficiente. Todo o mundo quer tanto receber como mandar encomendas e essa necessidade básica continuará a ser catapultada à medida que a economia for crescendo. Agora, o que os Correios de Moçambique não devem fazer é esperar que a economia do pais “cresça” para começar a estruturar o seu sistema. Esse exercicio deve ser antecipado e não haja dúvidas que ele contribuirá imensamente para a própria reactivação da economia deste pais.The time is now!
A questão que se coloca a seguir é: Como encontrar financiamento, principalmente para a reabilitação dos “postos postais” existentes e construção de novos pelo pais inteiro? Estendemos a mão aos “bem intencionados” doadores ou pedimos um empréstimo as instituições financeiras internacionais? Eu digo peremptoriamente que NÃO….
Garçom, mais uma garrafa por favor!
Há algum tempo que se tem falado da introdução de “serviços financeiros postais” mas tenho a impressão que tudo tem sido tomado de ânimo muito leve, para além de sempre se reduzir o assunto a um possivel “banco rural”! Não brinquemos com coisas sérias, Sra. Dra.! O potencial deste serviço é consideravelmente enorme e, em situação alguma deve ser abordado apenas no contexto rural! O “Banco Postal” (a funcionar nos comuns postos postais) é antes de mais um banco “urbano” e um instrumento eficaz para o financiamento do Estado em qualquer parte do mundo desenvolvido, independentemente de quantos bancos comerciais existam na praça e sobretudo, assegurando-se que a sua gestão não seja como a do INSS. Em vez do Estado continuar a ser parte “contribuinte” dos lucros fabulosos que os nossos bancos comerciais têm declarado (alguns até com aumentos anuais de 300%), os pagamentos referentes à Acção Social, como pensões, bolsas de estudo ou outros, passariam a ser administrados e geridos pelo “Banco Postal”. As nossas mães e avós que, apesar de muitas delas nunca terem ido a escola, continuam a ser as grandes “experts” em poupança, deixariam de guardar o seu dinhero enterrado em latas ou escondido em capulanas, soutiens ou “mutxecas”, passando a depositá-lo no “Banco Postal”. Essa poupança que for sendo adquirida permitirá não só ir alastrando o serviço a outras áreas através da construção de novos “Postos postais”, mas principalmente, servirá como fonte de financiamento do Estado para outros projectos, como por exemplo, infraestruturas públicas (escolas, hospitais), vias de comunicação (estradas, pontes), etc.
E, enquanto os Correios de Moçambique ainda não atingirem a desejada autonomia financeira, o transporte de mercadorias ao longo do território nacional poderá ser adjudicado às várias empresas de transporte existentes, assegurando sempre a sua alta responsabilidade no manuseio das encomendadas e qualidade do serviço prestado, para que se possa reaver a confiança do cliente, há muito perdida! Com o tempo, os Correios poderão ir assumindo gradualmente a tarefa de transporte através da aquisição da sua própria frota!
Por isso Sra. PCA, as possibilidades existentes são enormes e o trabalho a realizar afigura-se extremamente árduo! Dou aqui a minha máxima força e coragem para essa missão que tem em suas mãos e, é meu desejo que a curto prazo, o serviço de transporte e distribuição de correspondências postais ao longo do território nacional seja inteiramente assumido pelos “Correios de Moçambique, E.P” e não pelas DHL’s, EMS’s, Skynet’s ou mesmo as LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) como está a acontecer actualmente. Isso é um imperativo nacional!…
Para sobremesa eu vou pedir uma salada de fruta e a Sra. PCA o que prefere?........