26 setembro 2010

SMS - Sunday Morning Sounds

Manifestações de 1 de Setembro de 2010 – Que Sejamos Objectivos: “O que é que o Governo de Guebuza fez por este país, desde o seu 1° mandato”?? – ( 8)


A Natureza não quer Guebuza! O Povo não quer Guebuza!


À conversa outro dia com um amigo Argentino, este me asseverou que, naquele país latino Americano, o nome de Carlos Ménem deixou de ser pronunciado porque criou-se uma crença popular aventando que tal acção “pode trazer azar”!! Para os que não estão familiariazados, Carlos Ménem foi o presidente, fora as várias acusações de corrupção que pesam sobre sí, suas políticas desastrosas levaram a Argentina ao descalabro económico de 2000.


Fica por se saber se, pelo excesso de “bad karma” aqui a nivel doméstico, não teremos que tomar a mesma atitude em relação a “Foguinho”, nos próximos tempos e, pelas mesmas razões……!!


A Administração Guebuza entrou em campo com uma postura arrogante que tem sido correctamente agregada, nos meios de comunicação vertical, pela expressão “posso, quero e mando”!! Quando o diálogo e debate abertos, que deviam continuar a lubrificar a nossa esfera pública foram completamente amputados e substituidos por um “lambebotismo desenfreado”, o país viu-se subitamente regado por eventos insólitos, abarcando não só erro humano e pura negligência à mistura, mas também fenómenos naturais!


- Tivemos as explosões do paiol de Malhazine, que ceifaram vidas e destruiram bens económicos e propriedade estatal e privada. O cunhado do presidente, então ministro da defesa, teve que ser forçosamente demitido, pela incapacidade de prevenir e subsequentemente lidar com a catástrofe, mas sobretudo pelas afirmações irresponsáveis que foi proferindo no “midst” da tragédia!


- Sem nunca ter ocorrido algo similar depois da independência, o país foi sacudido por dois sismos, com fortes tremores inclusive na cidade capital. Vidas e bens foram destruídos.


- Numa sequência abrupta, dois importantes edifícios ministeriais foram assolados por incêndios, que até hoje, não se sabe como começaram ou quem os provocou. Recursos e documentos importantes do Estado foram danificados.


- Mortes por asfixia de porção consideravel de reclusos em cadeias do pais, com especial destaque para Mongicual. Alguém foi julgado? As famílias já foram ressarcidas??


Vamos dizer que a Natureza não quer Guebuza?? Quem somos nós para responder? Mas parece haver uma persistente aura de “bad karma” pairando por esta terra……


Por outro lado, com alguma certeza, podemos afirmar que o Povo já não quer Guebuza! Não me lembro, se alguma vez quis!! Na sua “curta governação” (a avaliar pelos argumentos que irreflectidamente apelam à extensão de mandatos), duas manifestações violentas na capital e um pouco pelo resto do país, deram clara evidência que o Povo não está nada de amores com esta governação de “vamos lá encher os nossos bolsos”!


Porquê?? Porque ela se deixou dormir à sombra da bananeira das políticas macroeconómicas importadas, que alegam que “o mercado se regula por sí próprio”! O governo não precisa de fazer nada! Basta autorizar mega-projectos às multinacionais e por algumas quinhentas na algibeira! Não há necessidade de aplicar dinheiro e investir em causas sociais! “O povo é bom a se desenrascar”!!


É preciso que esse povo se ire, a ponto dos governantes terem que ir escondidos e camuflados ao gabinete do primeiro-ministro, evitando serem tomados como troféus, para que adoptem medidas condizentes com a realidade em que vive esse povo???


Falamos aqui neste blog, da “Depreciação do Metical” e que o Governo, para alem de não se pronunciar sobre o assunto, nada estava a fazer para estancar a derrapagem da moeda! Agora, começam a transbordar do pote, informações reveladoras da imposição do FMI ao Banco Central, para aumentar as reservas internacionais e que isso, associado à reduzida injecção de divisas no mercado é que estava a incorrer na acentuada desvalorização da moeda nacional! O gato, ou seja, “o esforço coordenado de depreciar a moeda”, pelos vistos, vai amostrando a sua cauda aos bocados……!!!


O mesmo FMI que destruiu a economia de um país próspero como o era a Argentina!!!!


Quanto é que o nosso país recebe de juros por estas políticas desastrosas que é forçado a seguir???

11 setembro 2010

Manifestações de 1 de Setembro de 2010 – Que Sejamos Objectivos: “O que é que o Governo de Guebuza fez por este país, desde o seu 1° mandato”?? – ( 7)


Retrocesso nas Conquistas Democráticas e Liberdades Fundamentais!

Um dos argumentos-chave, no processo de candidatura de Armando Guebuza à Presidência da Repuública foi a sua participação como “negociador-principal” do lado do Governo Moçambicano nos “Acordos Gerais de Paz” em Roma!

É preciso perceber que, naquele processo, partes beligerantes de um povo irmão, se sentaram à mesa e encontraram soluções para sanar as suas diferenças, com o objectivo supremo de fazer progredir esta Nação, ora paralisada no tempo e atirada à sua própria destruição!! Por causa daqueles Acordos e cultura de tolerância que foi subsequentemente sendo construída, Moçambique figura como um dos exemplos únicos no mundo, de preservação da Paz, após largos anos de conflito armado!!

Este é um legado pelo qual, todos nós, nos devemos orgulhar e todo o esforço devemos fazer para preservá-lo, para que assim seja, por gerações sem fim!!

Ora, pelo que tem sido a sua governação, neste momento, custa a crer que Guebuza tenha sido parte influente, no processo que conduziu o país ao fim da guerra civil!!

Há evidências suficientes para se afirmar categoricamente que há “Retrocesso das Conquistas Democráticas e Liberdades Fundamentais” que vinham sendo consolidadas desde os mandatos de Chissano!!

Guebuza, na arrogância que não se coaduna com o carácter deste povo, cortou todo e qualquer contacto com os demais actores políticos da sociedade, como se, ao fazê-lo, isso lhe fosse retirar algum órgão vital do corpo!! Como se, metesse nojo, dois indivíduos irmãos Moçambicanos, com visões políticas diferentes, se sentasssem à mesma mesa para debater questões pertinentes do país, como aconteceu em Roma!! E, nos admiramos com a hostilidade que tem estado a ser impregnada na cabeça de Moçambicanos, que vivem sob o mesmo sol e sob as mesmas dificuldades de pôr pão à mesa!

Encontros com opositores, só mesmo para ganhos políticos imediatos, mormente, quando sob forte pressão da Comunidade Internacional e após falcatruas eleitorais desmesuradas…..

Enquanto isso, pôs em prática, medidas claramente maquiavélicas, atinentes ao desaparecimento da “Oposição” política no país, ao mesmo tempo que, fazendo-nos recuar para os amargos momentos da ditadura e autoritarismo monopartidário!

Instituições de referência, como o “Tribunal Administrativo” e “Tribunal Constitucional”, que vinham alicerçando o nosso Estado de Direito Democrático, foram numa sentada, atiradas ao desbarato e entregues a “puppets”, para fazer avançar a sua agenda política monopolista!

O Conselho de Estado, que devia ser um Órgão de aconselhamento ao PR, não passa de uma instituição cosmética, sem utilidade, quando muita coisa poderia discutir em prol do progresso desta Nação! Se a preocupação desta governação fosse o “Povo Moçambicano”, não temos dúvidas que teríamos encontros regulares daquele Organismo! De facto, aqueles “cotas” não se hão-de reunir, para tratar dos “negócios privados do PR”!! Para isso, existe o “Conselho de Ministros”!!

Quando a competência parecia ser um critério de peso, cada vez mais considerado, na nomeação de altos dirigentes do Estado e quadros técnicos para as empresas públicas ou participadas pelo Estado, independentemente das suas afinidades político-partidárias, como aliás, atesta a própria Constituição da República, Guebuza tem estado a brindar-nos com o florescimento de lambebotas, como cogumelos após uma chuvada, para supostamente administrar a máquina estatal! Ninguém, independentemente das suas competências, que não seja ou diga ser da Frelimo (há muitos destes últimos), tem espaço!!

Guebuza, ele próprio, tem estado a ser o promotor deste ambiente de intolerância e hostilidade entre irmãos, que é suposto, estejam cometidos no esforço colectivo de progresso desta Nação! Neste aspecto, é elucidativo o caso de uma cidadã que, em plena “presidência aberta” no distrito de Ile, denunciou nas barbas do PR, o facto de cidadãos supostamente apoiantes da Oposição, estivessem a ser riscados das listas de beneficiários dos fundos de investimento de iniciativas locais, vulgo “7 milhões”!! Quando o PR devia dar um exemplo de “unidade nacional” e lançar aos seus sequazes, uma mensagem implacável contra este tipo de conduta, ele ficou pura e simplesmente calado!!

“Unbelievable”!!!

Em face às barbaridades que têm acontecido nesta governação, há uma expressão que tem sido recorrentemente usada, por certos sectores que reconhecem as irregularidades, mas querem se comportar como “avestruzes”: “o PR deve estar a ser mal assessorado”!! Ora, esta expressão deve ser “banida da circulação”!! O PR é quem toca a música e há evidências suficientes que o “género” que soa desde 2004 é de características atípicas ao nosso ouvido e à nossa motivação de “dar o gosto ao pé”!! E, isso não pode ser imputado nem à orquestra, nem aos instrumentos musicais!! Mais ninguém tem responsabilidade, senão o próprio maestro, que é o PR!

O “quarto poder”, especialmente os Órgãos que nos habituaram com a sua verticalidade, na abordagem dos assuntos da Nação, também não escaparam ao comportamento necrófago da administração Guebuziana! Assistimos à intimidação de Redacções inteiras, através de julgamentos empolados e sem eira nem beira, apenas por questionarem factos provados de altos dirigentes governamentais! Mas, o mais grave, é a progressiva cooptação de Órgaos informativos, para que se transformem em múmias como o “Notícias” ou o “Domingo”!! Quando isso não é possível, nota-se uma atitude de exclusão, quando se trata de acesso à informação, cobertura de eventos de interesse nacional ou viagens internas ou internacionais do PR, que são pagas pelos meus e teus impostos!!

Ora, os efeitos desta “governação de rapina”, começam a transbordar do pote. e, parece-nos evidente, que não há elementos para cantar qualquer que seja a vitória!! “O país está claramente a perder de goleada e a retroceder”!! E, não foi por falta de aviso!! Há um texto curto e cáustico de Carlos Cardoso, publicado a título póstumo, bastante elucidativo, neste aspecto!! O falecido David Aloni também nos alertou sobre os perigos deste tipo de governação!! "Quais Profetas do Índico"!

Agora, quando o veículo da destruição das nossas conquistas democráticas tinha todas as mudanças engatadas para unilateralmente avançar para a alteração da Constituição da República, surgiu a “revolta popular”!! A questão que deve estar a martelar aquelas cabeças anti-democráticas deve ser: “Avançar ou não avançar…….???”

Porque os perigos de um tal erro são de natureza imprevisível!! Pela vulnerabilidade que estas manifestações acabaram expondo, não me admiraria que o Governo, como um todo, cai-se no dia seguinte a um tal anúncio de alteração da Constituição!! E, parece haver um enorme déficit de avaliação de risco nas nossas hostes governamentais……..

Post Scriptum
Fica para análise, a persistente vandalização da escola que ostenta o nome do PR, cada vez que ocorrem revoltas populares!! Desta vez, painéis publicitários com a sorridente figura do PR também não foram poupados!!
Dá que pensar, né??

08 setembro 2010

Manifestações de 1 de Setembro de 2010 – Que Sejamos Objectivos: “O que é que o Governo de Guebuza fez por este país, desde o seu 1° mandato”?? – ( 6)


"7 Milhones"!!!


“Os que não estão a devolver os valores do fundo de investimento para iniciativas locais (F.I.I.L) serão processados judicialmente e poderão ser conduzidos à prisão”!

Aiuba Cuereneia, Ministro da Planificação e Combate à Pobreza Absoluta, Agosto de 2008

“Ninguém será levado à barra do tribunal por não devolver o dinheiro dos 7 milhões”!

Filipe Paunde, SG do partido Frelimo, Agosto de 2010


Se dantes aventávamos a hipótese de existir “vontade política” por detrás desta iniciativa dos “7 milhões”, por forma a transformá-la num instrumento de promoção do desenvolvimento do país, o tempo nos trouxe clareza!!


Os 7 milhões não passam de “instrumento de subjugação política”!!!


Mas vamos lá digerir este “torrão” com calma!


Do nosso Governo, independentemente da area, é matéria de facto, a completa ausência de uma cultura de “processos de planificação” que englobem todas as fases e aspectos cruciais dos projectos e iniciativas da sua autoria, para que estes sejam bem sucedidos!!


Se estão bem lembrados, houve no limiar da guerra civil e advento da paz, iniciativas de vária ordem para catalizar a economia do país. Nessa altura, foram vários os "antigos-combatentes" que receberam “créditos” (se é que assim se podem chamar) para desenvolver actividades económicas! Tenho amigos cujos pais, beneficiando desse “estatuto”, construiram padarias, unidades de descasque de arroz, moageiras, empresas de transporte, etc! Todos esses indivíduos se encontram hoje na desgraça, as “empresas” já não existem e, que atire a primeira pedra, quem acha que algum tostão foi por eles devolvido aos cofres do Estado!!

Volvidas estas quase duas décadas, os mesmos “erros” continuam a ser cometidos, com uma precisão de “raios-laser”! Quem conhece o processo dos “7 milhões” (outrora 7 biliões), sabe bem como esse dinheiro foi lançado de “pára-quedas” para os distritos, sem quaisquer “termos de referência” indicando o tipo de aplicação, modelos de projectos a submeter, aconselhamento técnico aos beneficiários, modalidades de reeembolso, sistemas de fiscalização, monitoria da execução dos projectos, etc!! Disse-se apenas que deveriam “gerar emprego e produzir comida”! E, os resultados estão aí a vista!! Passam-se quase 5 anos, não se vê evolução nenhuma e só há pouco se começou a discutir os “termos de referência” de concessão e aplicação desses fundos!!


Hoje, todo o discurso político e acção governativa desta nação desembocam nos badalados “7 milhões”! Tudo o que se ouve ou se lê, tem que ter um trecho dedicado aos “7 milhões”! São “7 milhões” para aumentar a auto-estima, a produção e a productividade (de comida)! São “7 milhões” que estão a ser usados indevidamente ou estão a ser entregues a indivíduos que nem sequer desenvolvem actividades nos referidos distrito! “Os que não estão a devolver os valores do fundo de investimento para iniciativas locais (F.I.I.L) serão processados judicialmente e poderão ser conduzidos à prisão”! “Ninguém será levado à barra do tribunal por não devolver o dinheiro dos 7 milhões”!


Os “7 milhões”, no emaranhado que os rodeia, são a forma que este Governo encontrou para entreter esta Nação, de que “está a trabalhar para o combate à pobreza absoluta”!! “Combate à pobreza absoluta”, porque, “Desenvolvimento” é palavra que desapareceu do nosso léxico!! É complicado falar-se de “Desenvolvimento” quando se tem consciência que nada se está a fazer…….!!!


A iniciativa de considerar o distrito como o pólo de desenvolvimento e a criação do Fundo de Investimento de Iniciativas Locais (F.I.I.L), é uma atitude de louvar por parte do nosso elenco governativo. Mas isso é só o início! Como disse Dwight Eisenhower: “Os planos não são nada! O que conta mesmo é a planificação”, ou seja, os processos pelos quais esses planos poderão ser atingidos! E é exactamente nesta fase, onde se exige “real leadership” e nós, pacatos cidadãos, encontramos nenhuma, nas nossas elites governativas!

Se olharmos para a forma como este processo tem sido conduzido desde a sua introdução, quando após a disponibilização dos fundos e, dada a ausência completa de quaisquer “termos de referência” ou directivas para a sua aplicação (como atrás referimos), virtualmente todos os Administradores distritais orientaram acima de 50% dos fundos para a construção ou reabilitação de infraestruturas (medida que veio a ser cancelada por ordens “superiores” quando esses processos estavam em fases bastante avançadas) e a desorganização subsequente que tem estado a observar-se em termos de áreas de aplicação, critérios de elegibilidade, ausência total de assessoria e monitoria do desempenho dos beneficiários e a fase agora emergente, da dificuldade acrescida de devolução dos créditos, nós pacatos cidadãos achamos que é altura de exigir responsabilidades a quem de direito.

E, não vemos ninguém melhor posicionado que o Governo, para responder as inquietações que apoquentam esta nação que está a precisar de sair urgentemente do marasmo em que se encontra.

No caso concreto dos distritos, onde os badalados “7 milhões” têm sido investidos, existe alguma visão clara sobre as potencialidades de cada um, áreas prioritárias de acção, mecanismos de implementação, execução faseada, monitoria e assessoria aos beneficiários, com o objectivo de que essas acções individuais possam ir englobando e dando corpo a um esforço nacional integrado e coordenado?? Todos conhecemos a resposta…………


Porque se a questão se resume apenas a “aumentar a auto-estima, a produção e productividade” então, corremos o risco, num cenário hipotético “de sucesso”, que do Rovuma ao Maputo se estejam a produzir as mesmas coisas a médio e longo prazos; que não haja capacidade de absorção interna desses produtos; que nem sequer se possa exportar, porque nenhum investimento paralelo em infraestruturas de conservação e armazenamento tem estado a ser feito; porque o fictício “investimento” na agricultura, não está a ser acompanhado de uma plataforma que envolva a abertura e melhoramento de vias de acesso ou um esforço complementar e integrado, atinente à implantação de pequenas indústrias de processamento e transformação junto às áreas específicas de produção!

Ao avaliar a forma como esta questão dos “7 milhões” tem sido administrada desde a sua concepção, mesmo o cidadão mais incauto acaba tendo a clara percepção que a nossa governação, na verdade, tem sido um barco à deriva, à mercê das correntes e das circunstâncias do dia. Não existe uma rota traçada e o leme que deveria ser guiado com rigor e firmeza pelo “comandante” é monitorado esporadicamente pelo “cozinheiro” da tripulação.

E, se o desempenho da economia continuar assim ao estilo do “Deus dará”, então nós pacatos cidadãos, estaremos no pleno direito de considerar que os nossos dirigentes estão no posto apenas para “curtir” as mordomias, à grande e à francesa!

Por isso, volvidos cinco anos e neste persistente cenário de falhanço do F.I.I.L, não vamos pedir responsabilidades às "marés", personificadas pelos “Conselhos Consultivos” ou “Secretários permanentes” ou mesmo aos “Administradores distritais”! Será a esta pseudo-liderança do país, que não faz outra coisa senão açambarcar os recursos do Estado e fazer as maiores sujeiras para se manter no poder!


Post Scriptum

Fica para análise dos nossos economistas, a contribuição e os efeitos deste dinheiro atirado à toa, no aumento da inflação. Até ao fim do primeiro semestre, as figuras já se situavam nos 2 dígitos, superando mesmo os 16%.

05 setembro 2010

Manifestações de 1 de Setembro de 2010 – Que Sejamos Objectivos: “O que é que o Governo de Guebuza fez por este país, desde o seu 1° mandato”?? – ( 5)


Políticas de Desenvolvimento


“Setting a goal is not the main thing. It is deciding how you will go about achieving it and staying with that plan.”
Tom Landry


Tem crescido entre nós, pacatos cidadãos, a percepção que o nosso elenco interiorizou e tem posto em prática, a ideia de que “desenvolvimento” só pode ser atingido a partir de financiamento estrangeiro e investimento por parte das corporações internacionais (os famosos mega-projectos).


Esta tem sido uma receita perfeita para não se fazer nada!!


Mega-projectos cujas contrapartidas não são conhecidas pelo público, porque onde se refere “acções detidas pelo Governo/Estado Moçambicano”, trata-se na verdade, de indivíduos desta nomenklatura caduca, retrogada e predadora que recebem os “porcentos”. Por isso, quando se fala de “renegociar os incompreensivelmente excessivos benefícios fiscais” a estes projectos, que não têm estado nem a trazer emprego para a população, nem a dar receitas ao Estado, nota-se um perturbador silêncio de quem devia estar naqueles postos para defender os interesses supremos desta Nação.


No que respeita ao envolvimento da massa crítica nacional no delineamento e execução de planos de desenvolvimento e exploração dos recursos naturais do país, pouco ou quase nada tem sido feito, em termos de "produção material", senão a avalanche de empresas de indivíduos conectados e com “informação previlegiada” viradas para a área de serviços e, muitas das vezes, só como abutres prontos a captar os investimentos públicos (gerados internamente ou da ajuda internacional) e direccioná-los para áreas específicas de interesses “particulares”.


Uma coisa que urge saber é: “Qual é exactamente o trabalho desenvolvido pelo Ministério da Planificação e Combate à Pobreza Absoluta”?


Existem equipas de estudo e pesquisa, planificadores encarregues de rever os planos que foram sendo delineados e implementados desde a independência desta nação (PPI, PRE, etc) e outros elaborados por organismos independentes como a Agenda 2025, etc, apurando as suas virtudes e fraquezas, de modo a definir o rumo de desenvolvimento que esta Nação deve tomar?


Essa é a governação que este povo quer ver e espera dos seus dirigentes, que é suposto, estejam imbuídos do espírito de iniciativa, visão, dedicação e altos níveis de desempenho!


Os poucos cidadãos “sem apelido” que, por iniciativa e recursos próprios tentam iniciar alguma actividade económica e deviam ser incentivados, são violentamente combatidos, sem dó nem piedade, até a sua extinção! Porque estão a querer fazer coisas para as quais não estão qualificados…….


O Governo e seus cipaios no Aparelho do Estado acham que alguém virá de fora para desenvolver esta terra!! É essa a “lógica de escravo” que paira nas mentes retrógradas das nossas estruturas.


Continuamos a seguir a “lógica colonialista” de fazer desta terra, um mero campo de extracção e exploração de matéria-prima, para ser exportada à bruto para ir desenvolver o ocidente e o oriente.


Temos inclusive, na nossa Constituição, que “a agricultura é a base de desenvolvimento”. Mas, o que é que já foi feito para relançar a produção agrícola e assegurar a nossa independência alimentar, desde que terminou a Guerra civil, particularmente depois de Guebuza subir ao poder??


Vemos apenas extensas áreas agrícolas, com acesso previlegiado a recursos hídricos, serem concessionadas a investidores estrangeiros de conduta comprovadamente duvidosa, para serem usadas para a produção de matéria-prima para biocombustíveis, quando nem hortículas, nem cereais, temos para o nosso auto-sustento.


Este sector é chave, para inclusive reactivar as nossas indústrias têxtil, alimentar, de manufactura, entre outras, mas este elenco incompetente anda à sombra da bananeira, achando que os alimentos se produzirão por sí próprios ou por discursos com retórica colorida e vazia de conteúdo.


Dois mil e quinhentos quilómetros de costa marítima e nem uma indústria de pescado nacional, nem de producao de conservas de atum ou sardinhas! Vendemos licenças de pesca industrial à União Europeia à “preço de banana”, não fiscalizamos nem as suas actividades, nem as quantidades capturadas e temos que depois importar o nosso atum enlatado por outros, já à “preço de platina”.


As nossas extensas áreas florestais completamente ao desbarato, para alimentar a indústria dos outros, quando nem sequer produzimos carteiras para as nossas escolas! Quando não existe uma indústria nacional activa neste sector, que poderia catapultar o futuro da ergonomia neste país.


“A perfeição surge com o trabalho” e é isto que África, e particularmente Moçambique, não tem estado a fazer!!


Os incompetentes acham que, quem é que deve definir políticas para desenvolver estes sectores da economia??? Se acham que devem ser entidades alheias ao Governo, então porque é que devemos continuar a alimentá-los com mordomias e altos salários?? São salários relativos a quê ou para pagar o quê?? São salários pelo seu empenho em desviar os recursos do Estado para seus bolsos???


É incapacidade e incompetência de bradar os céus…….!!!

E ficam admirados quando o Povo se irrompe??

04 setembro 2010

Manifestações de 1 de Setembro de 2010 – Que Sejamos Objectivos: “O que é que o Governo de Guebuza fez por este país, desde o seu 1° mandato”?? – ( 4)


Despesismo de Estado


Assistimos à depauperação, sem nunca antes visto, dos parcos recursos do Estado. A façanha começou com a “inutilização” de toda uma frota luxuosa de carros protocolares da Presidência da República, que vinham sendo usados por Chissano.


Seguiu-se às romarias da primeira dama, com pompas de raínha, pelo país inteiro (distrito por distrito), à custa dos meus e teus impostos, mas sem nenhuma nossa autorização .


Quando por causa da crise (e mesmo antes dela) todo o mundo fala em “contenção financeira, austeridade e cortes nas despesas”, Guebuza e seus sequazes nadam em piscinas de altos salários, regalias e mordomias sem fim. Nenhuma palavra é mencionada nesse sentido, sabendo-se que 80% do nosso orçamento é despendido à nível do Governo Central.


Outro aspecto de que nada se tem falado, são os milhões que se alega estar a despender com os Serviços de Segurança do Estado, quando o recrudescimento do crime violento e organizado vem refutar qualquer hipótetico investimento nesta área! Nem meras “manifestações populares” conseguem ser detectadas…….


Evocando “segredo de Estado”, esses valores não são auditados e não há dúvidas que têm estado a ser drenados para actividades inconfessáveis de fórum partidário e outros fins alheios ao interesse colectivo da Nação. Não é pedir muito à Assembleia da República que audite e fiscalize esta despesa específica do Orçamento. Mesmo a própria Rússia acabou de revelar os salários que paga aos seus agentes secretos…..


Como cereja no topo do bolo, 6 helicópteros para viagens tão ridículas, como Maputo-Boane ou Maputo-Marracuene, que não distam mais de 20 Kms. Quando se pergunta “o porquê de tanto esbanjamento”, o arrogante tem a coragem de dizer que “precisa de gastar, para trabalhar”!!


"Qual trabalho", perguntamos nós???

03 setembro 2010

Manifestações de 1 de Setembro de 2010 – Que Sejamos Objectivos: “O que é que o Governo de Guebuza fez por este país, desde o seu 1° mandato”?? – ( 3)


Negócios do Estado
Criou-se um ambiente sistémico de desvio de “negócios” que deveriam se traduzir em avultadas receitas para o Estado, enquanto providenciadores de serviços acessíveis ao cidadão, para as mãos de um punhado restricto de hipócritas no Governo ou a estes associados. Invariavelmente, todos estes ditos “empreendedores” (descapitalizados), não passam de pontas de lança do PR.

Segue-se uma ínfima porção dos muitos exemplos em curso:

- Nova ponte sobre o rio Zambeze (em Tete) e concessão rodoviária para os países do Hinterland
- Barragem de M’panda Nkwa
- Corredores de Desenvolvimento da Beira e do Norte (Nampula)

- Construção da Ponte para a Catembe
-Terminais portuárias
- Portagens em estradas nacionais
- Produção de BI’s, passaportes e DIREs (SEMLEX)
- Inspecção não-intrusiva de mercadorias em portos, aeroportos e postos fronteiriços (Kudumba)
- Inspecção obrigatória de viaturas.

Quando chegar a “segunda vaga de nacionalizações” (de preto para preto), estes serão os empreendimentos a reconverter imediatamente para o Estado. Os “corruptos” e os “corruptores”, que não digam que não foram avisados com antecedência.

Manifestações de 1 de Setembro de 2010 – Que Sejamos Objectivos: “O que é que o Governo de Guebuza fez por este país, desde o seu 1° mandato”?? – ( 2)


Infraestruturas e Projectos de Extracção Mineira

No período entre este e o anterior mandato, várias são as obras e projectos com impacto acrescido para a economia, que vão sendo terminadas e/ou entram em actividade. Mas é preciso percebermos a natureza em que estes foram concebidos e os seus planos de gestão e utilização adoptados, mantendo sempre em foco, o retorno do investimento para o Estado e os benefícios imediatos ao cidadão, como critério de avaliação do desempenho do Governo e dos interesses que o movem.


Dentre vários, importa mencionar alguns destes empreendimentos e seus autores/planificadores:

- Reconversão de Cahora-Bassa: processo iniciado por Chissano.

- Construção da Ponte da Unidade (sobre o rio Zambeze): contratos de financiamento assinados por Chissano.

- Ponte da Unidade (sobre o rio Rovuma): Chissano

- Ponte de Guijá: Chissano

- Ponte de Lugela: Chissano

- Estrada Namacurra-Rio Ligonha: Chissano

- Estrada Montepuez-Ruaça (ligação entre Cabo Delgado e Niassa): projecto iniciado por Chissano, com a construção do troço Pemba-Montepuez

- Reabilitação da Linha de Sena: Chissano

- Areias pesadas de Moma: Chissano

- Carvão de Moatize: Chissano


Portanto, temos um elenco sentado à sombra da bananeira, pendurando-se de pára-quedas em obras alheias e a correr engravatado para a inauguração de empreendimentos que não concebeu, não envisionou, nem construiu. Por si sós, nada conseguem planificar, para impulsionar o desenvolvimento deste país! “Impulsionar”, só mesmo os seus próprios bolsos!

Manifestações de 1 de Setembro de 2010 – Que Sejamos Objectivos: “O que é que o Governo de Guebuza já fez por este país, desde o seu primeiro mandato?


Não passa um mês que, na contra-corrente da abrupta depreciação do Metical e consequente agravamento do custo de vida, o ministro da “Planificação e Combate à Pobreza Absoluta” veio a terreiro pintar um quadro falacioso, de “altos progressos económicos” verificados no primeiro semestre. O ministro e alguns dos seus papagaios partidários correram logo a afirmar que “não havia riscos de instabilidade social”!!

Ora, “instabilidade social” é uma palavra pouco vulgar, no reduzido portfólio linguístico das nossas elites políticas, porque, como se gosta de propalar, “o Moçambicano é pacífico”. O que me veio à cabeça na altura foi que, a saliente preocupação para com aquela “expressão”, era um prenúncio que os “termómetros da instabilidade” já tinham o mercúrio todo disparado cá para fora dos tubos capilares.

Quando me entrou a sms da convocação para a greve no celular, eu não tive dúvidas que haveria mesmo manifestações!! Só quem não tem pulso para a situação miserável em que vive este povo é que poderia pensar no contrário!!

Agora, enquanto os “analistas de opereta” continuam a fazer o seu acéfalo “exercício de avestruz”, há que sermos objectivos:

“O que é que o Governo de Guebuza já fez por este país, desde o seu primeiro mandato”???

Segue-se uma análise que se irá debruçar dos seguintes aspectos:
- Infraestruturas e Projectos de Extracção Mineira
- Negócios do Estado
- Despesismo de Estado
- Políticas de Desenvolvimento
- "7 Milhones"
-Retrocesso das Conquistas Democráticas e Liberdades Fundamentais
- A Natureza não quer Guebuza! O Povo não quer Guebuza!
- Governo por um fio de linha!

01 setembro 2010

"5 de Fevereiro" a "1 de Setembro"!!!!


Maputo em absoluto caos!
Dois autocarros dos T.P.M foram incendiados.
Dois mortos registados até ao momento!!

Tiradas:

1) A arrogância desta Frelimo (2004~2010) está a revelar-se um condimento importante para o seu próprio colapso.

2) Cadê os “machos” da Frelimo? Cadê os “advogados do está tudo bem”??

3) Querem mudar a constituição?? Podem experimentar………..

4) Vão se seguir manifestações em todas as outras províncias. O país vai mesmo parar de verdade………

5) Em última análise, este é um absoluto “cartão vermelho” ao governo do dia!! A questão que resta saber é, se não chegou a hora de arrumar as botas, por total incompetência e preocupação apenas com o saque ao orçamento e recursos do Estado………

6) Não há melhor juíz que o próprio Povo, mormente, quando a CNE não está aí para fabricar resultados!!